Armando Burd Nunca houve uma semana assim
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Furacão em Curitiba, tempestade em Salvador e tormenta em Brasília. Termina a semana que misturou as mais extremas variações climáticas da história política brasileira.
A fábrica de trovões do procurador Rodrigo Janot trabalhou em ritmo de hora extra e ontem atingiu a cúpula nacional do PMDB.
Não fossem a maquininhas automáticas, funcionários estariam contando desde terça-feira até agora, de forma manual, o dinheiro guardado por Geddel Vieira Lima em um apartamento.
A denúncia de Antônio Palocci foi outra grande surpresa. Contradiz o título do filme O Inimigo Mora ao Lado, um sucesso de bilheteria. O ex-ministro dos governos Lula e Dilma era da copa e da cozinha. Ele não apenas convivia com todas as questões nos bastidores do Palácio do Planalto. Palocci era também o poder. Desmenti-lo passa a ser o pior desafio de Lula. Maior do que a disputa pela Presidência, se sua candidatura for homologada.
Janot terá mais uma semana antes de deixar o cargo de procurador-geral da República, após quatro anos. Mesmo com a trincheira abalada por nova gravação de Joesley Batista, não vai parar até esvaziar todo o arsenal de denúncias. O alvo preferido é o presidente Michel Temer.
QUEM É
O ex-ministro Geddel Vieira Lima revela-se um delinquente. A palavra vem do latim, “delinquere”. Formada por “de”, com sentido de todo, mais “linquere”, que significa abandonar. Identifica quem deixou de lado as leis e o respeito pelos outros para atender seus interesses. No caso flagrado, a bagatela de 51 milhões de reais.
AMIZADE & INFLUÊNCIA
O presidente Michel Temer irá aos Estados Unidos dia 18 deste mês. Na volta, para farta distribuição no Supremo Tribunal Federal e no Ministério Público Federal, trará o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie. Lançado em 1936, vendeu 60 milhões de exemplares em 36 países.
EFEITO DESTRUIDOR
A Economia no País, responsável por investimentos, produção e empregos, pode ser comparada a uma loja de objetos de vidro. Bens a serem protegidos. De vez em quando, é invadida por uma manada da floresta política.
A PALAVRA COMO ARMA
Com as ameaças da Coreia do Norte, vai entrar no dicionário da ONU a expressão diplomacia nuclear. A página terá um anexo com recomendações sobre como lidar com ditador.
Ainda sobre relações internacionais, vale lembrar a sabedoria popular: se força e tamanho fossem documentos, o elefante seria o dono do circo.
RESPOSTAS AO ALCANCE DA MÃO
- O que levou o procurador Rodrigo Janot a levantar suspeitas sobre a mais alta magistratura do País?
- Se houver um campeonato mundial da corrupção, em que posição ficará o Brasil?
HÁ 180 ANOS
A 9 de setembro de 1837, Bento Gonçalves fugiu do Forte do Mar, na Bahia, onde estava preso, após ter se rendido durante o combate de Fanfa, no Rio Jacuí. Bento nadava com frequência junto à ilha-presídio. No dia marcado, seguiu além do limite até não ser percebido pela guarda. Acabou recolhido por baleeira com a ajuda de maçons.
DEU NO SITE
“Metralhadora de guerra é apreendida em favela do Rio”. Arma revela o que acontece na ex-Cidade Maravilhosa.
Explicação de um especialista: é arrefecida por ar, operada a gás, dispara de uma culatra aberta e deve ser utilizada com o apoio de tripé. Dispara 100 tiros por minuto e alcança o alvo a uma distância superior a um quilômetro.
MUDANÇA
A partir da próxima semana, o restaurante da Assembleia Legislativa vai retirar a pimenta das mesas, já servida em doses fortes na maioria dos gabinetes.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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