O ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, general Walter Braga Netto, afirmou que não existiu um plano para tomar o poder após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. O militar também disse que não havia planos para assassinar ninguém.
Braga Netto se manifestou por meio de suas redes sociais, acompanhada de uma nota de sua defesa. “Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”, escreveu ele.
Braga Netto foi indiciado pela Polícia Federal, assim como o ex-presidente Bolsonaro e outras 35 pessoas, que teriam atuado numa trata para impedir a posse de Lula, após a vitória nas eleições presidenciais.
Também integram a lista o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, e o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, esse general da reserva.
O indiciamento aponta 37 nomes como suspeitos dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As investigações da PF ainda apontaram que o plano para matar Lula, o atual vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi discutido na casa de Braga Netto.
O tenente-coronel Mauro Cid também afirmou a Alexandre de Moraes que o ex-ministro participou da reunião de 12 de novembro de 2022 com militares indiciados sob suspeita de participar de uma trama golpista para impedir a posse de Lula.
A postagem na rede social X (antigo Twitter) também contém uma nota de seus advogados, no qual se afirma que o general sempre “primou pela correção ética e moral na busca de soluções leais e constitucionais” ao longo de sua trajetória profissional.
“A defesa do general Braga Netto acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e a responsabilidade de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões”, afirma a nota.
Fidelidade
A postagem de Braga Netto, assim como a nota, também buscam rebater a tese de que o militar planejaria um “golpe dentro do golpe”, na qual o ex-ministro da Defesa seria alçado ao poder, caso as ações fossem bem-sucedidas.
O militar escreveu que se tratava de uma “tese fantasiosa e absurda”.
A nota da defesa do militar ainda acrescenta que o general, durante o governo passado, foi um dos pontos que “manteve lealdade” ao então presidente até o final do governo, em dezembro de 2022, e que mantém até os dias atuais. O texto ainda acrescenta que esse posicionamento se dá por “crença nos mesmos valores e princípio inegociáveis”.