Sexta-feira, 03 de janeiro de 2025
Por Cláudio Humberto | 31 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ano de 2024 vai ficar marcado pela consolidação do desequilíbrio entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Este ano, o presidente Lula (PT) completou a troca do seu ex-ministro da Justiça Flávio Dino e do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, se aproximou da Corte, de quem dependeu para impedir projetos e impor derrotas ao Congresso Nacional, eleito nas urnas.
Silêncio é ouro
Lula abre a premiação por levar ao pé da letra o provérbio “silêncio é ouro”. Ficou mudo, e constrangeu a turma da lacrolândia, no escândalo sexual que derrubou Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos.
Abada de diamante
Regado a muito dinheiro público, o Janjapalooza, liderado pela primeira-dama Janja, passou dos R$30 milhões, quase tudo garfado de estatais. O pagador de impostos bancou estrutura e cachês de artistas amigos.
Troféu exceção é regra
O chamado “inquérito das fake news” ganha o Troféu Exceção é Regra 2024. Renovado por seis meses no fim do ano, o inquérito completa 6 anos em março. Inquéritos policiais longos previstos na lei têm 90 dias…
Ordem do Demérito
Com desembargador e servidores entre investigados por vendas de sentenças, somado ao indecoroso vale-peru de R$10 mil, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso confirma o favoritismo e fica com o prêmio.
Picanha de ouro
A “Picanha de Ouro 2024” vai para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pelas maiores promessas não-cumpridas do ano: “equilíbrio entre os poderes”, regulamentação da IA, “celeridade” em geral etc.
Ostentação 2024
Vai para Felipe Brandão, filho do ministro do STJ Benedito Gonçalves, que ganhou manchetes mundiais logo em janeiro após aparecer nas redes ostentando itens Rolex, Richard Mille, Cartier, Louis Vuitton e etc.
Bolso de Ouro
O Tribunal Superior Eleitoral, que promoveu a eleição mais cara da História em 2024, ganha o Bolso do Ouro do Ano. No total, foram gastos R$4,96 bilhões dos pagadores de impostos com o fundão eleitoral.
Malandro e trouxa
Na categoria dupla, Nicolás Maduro divide o pódio com o amigão Lula. “Eleito” presidente, o malandro ditador da Venezuela escondeu as atas da eleição e fez Lula, fiador da eleição, de trouxa mundo afora.
Asas D’Ouro
Venceu o Asa D’Ouro 2024 o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, que é a autoridade que mais utilizou jatinhos das Força Aérea Brasileiras (FAB), este ano: 132 viagens, mais de uma a cada 3 dias.
Grill dourado
Conhecido como churrasqueiro de Lula, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos “enfiou o espeto” nos servidores da estatal e assinou acordo que garfou o 13º salário de parte dos trabalhadores.
Categoria: o céu é o limite
Combustíveis, Dólar e taxa de juros vão dividir o título desta categoria. O raquítico Real não consegue estabilizar os concorrentes, muitos menos pressionar por queda. E não há quem aposte em alívio em 2025.
Tostão furado
A categoria anterior revela o agraciado pela comenda Tostão Furado: o Real. Entre as 20 principais moedas do mundo, a nossa é a pior no ranking da desvalorização, cerca de 21,52% até meados de dezembro.
Troféu Maçarico
Queimadas em escala recorde conferem a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, vergonhoso troféu. Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica queimaram três vezes mais em 2024 do que no ano passado.
Pato de Platina
Diz o ditado que pato sabe andar, nadar e voar, mas não faz nada bem. Deputado federal, ministro da propaganda de Lula e ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta faturou o prêmio.
Prêmio Buffon
Com todas as sabidas ressalvas, o Congresso Nacional deu ao menos uma dentro em 2024. Aos 49 do segundo tempo, os parlamentares salvaram os motoristas do plano de Lula de ressuscitar o DPVAT.
Melhor zagueiro
O Supremo Tribunal Federal, que também não se faz de rogado na hora de jogar ativamente no ataque, faturou merecido reconhecimento como melhor zagueiro do governo Lula. Chegou lá, resolveu.
Só o melhor
A coluna agradece aos leitores por mais um ano de tão honrada audiência e faz votos para um ano com muita saúde e paz.
PODER SEM PUDOR
Mãos que cortam
Ulysses Guimarães discursava num comício “Diretas Já”, no regime militar, em Manaus (AM), quando jogaram uma corrente nos fios de alta tensão, provocando blecaute. Depois, outro gaiato (ou araponga) cortou o fio do microfone. O “Senhor Diretas” desistiu:
– Vou dar a vocês o que vocês querem: a voz do governador Mestrinho.
– Amazonenses! O canalha que cortou o fio que se cuide, pois a mesma coisa poderá acontecer com as suas mãos! – atacou Gilberto Mestrinho.
Papo furado: o governador foi acusado de fazer a mesma coisa num comício de Jânio Quadros, nos anos 60, e nem por isso perdeu as mãos.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos – @diariodopoder)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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