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O apelo da deputada federal Carla Zambelli aos colegas após Tribunal Regional Eleitoral cassar seu mandato

Zambelli enviou mensagem pelo WhatsApp pedindo para que deputados aliados saíssem em defesa dela nas redes sociais. O objetivo, segundo a deputada, seria demonstrar que ela tem “apoio”. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fez um apelo a colegas parlamentares na quinta-feira (30/1), após o TRE de São Paulo cassar seu mandato por suposta divulgação de fake news.

Zambelli enviou mensagem pelo WhatsApp pedindo para que deputados aliados saíssem em defesa dela nas redes sociais. O objetivo, segundo a deputada, seria demonstrar que ela tem “apoio”.

“Infelizmente a votação terminou com somente 2 votos divergentes, com um resultado de 5×2 pela cassação do meu mandato e 8 anos de inegibilidade. Peço que os colegas postem em seu X pra que os jornalistas vejam o apoio dos amigos. Foi um julgamento político e não jurídico no TRE-SP com o inclusão de fatos alheios ao processo”, escreveu Zambelli em um grupo com outros deputados.

A deputada bolsonarista também anunciou que vai recorrer da decisão do TRE, mas fez um alerta: “Em caso de perda final, minha vaga vai para o PSOL e ainda perdermos mais 2 a 3 deputados de SP”. As informações são do portal Metrópoles.

Cassação de Zambelli

O TRE-SP cassou na quinta-feira (30) o mandato de Zambelli por entender que ela cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao espalhar notícias falsas sobre o processo eleitoral de 2022.

Além disso, os magistrados votaram por torná-la inelegível pelo prazo de oito anos, a partir do ano em que ocorreram os fatos. Foram cinco votos favoráveis e dois contrários.

A deputada irá recorrer às instâncias superiores e permanece no cargo até que as possibilidades de recursos sejam esgotadas.

Em nota, Zambelli afirmou que o TRE-SP anulou os 946.244 votos que recebeu nas eleições de 2022 e se disse vítima de “perseguição política”.

“Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis”, disse a deputada.

A ação foi proposta pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), e o julgamento teve início em 13 de dezembro, quando o relator do processo, o desembargador José Antonio Encinas Manfré votou a favor da cassação e pediu a inelegibilidade de Zambelli.

O presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, e os juízes Cotrim Guimarães e Claudio Langroiva acompanharam o relator, concordando que a deputada do PL divulgou informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022.

A juíza Maria Cláudia Bedotti, no entanto, pediu vista, e o julgamento foi suspenso, devendo ser retomado apenas depois do recesso do Judiciário. Além de Bedotti, faltavam votar os juízes Régis de Castilho e Rogério Cury.

“Não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral. Portanto, realidades justificadoras da cassação do diploma de deputada federal e da declaração de inelegibilidade, sanções a ela impostas por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, disse o relator em seu voto.

Ele também ressaltou que a deputada não fez “mera transposição de notícias” ao publicar desinformação eleitoral em suas redes sociais, mas que Zambelli agiu com “abuso da liberdade de expressão e ato de evidente má-fé”. As informações são do portal G1.

 

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