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O assessor especial e o chefe de gabinete do Ministério da Educação foram demitidos. Desde o início do novo governo, pelo menos 14 pessoas já deixaram importantes cargos no ministério

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez. (Foto: Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil)

A onda de demissões no alto escalão do MEC (Ministério da Educação) continua, tornando cada vez mais evidente a diminuição do poder do ministro, Ricardo Vélez Rodriguez, na pasta. Nesta quinta-feira (4), foi publicada no Diário Oficial da União a exoneração do assessor especial de Vélez, Bruno Garschagen, e a de Josie de Jesus, chefe de gabinete do MEC — outro cargo muito próximo do ministro. Já são 14 demissões.

Garschagen, um dos integrantes do MEC mais próximos do ministro, é também muito ligado ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho. A demissão foi assinada por Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil.

De acordo com o Blog Renata Cafardo, do jornal Estado de São Paulo, Garschagen foi um dos assessores que participaram da decisão de enviar às escolas de todo o País uma carta do ministro com o slogan usado na campanha de Jair Bolsonaro à presidência, incluindo o pedido para que as crianças fossem filmadas cantando o Hino Nacional.

Bruno Garschagen segurou-se por dois meses no cargo, tendo sido nomeado em 30 de janeiro. É formado em Direito, mestre em Ciências Políticas e autor de um livro intitulado “Pare de acreditar no governo”.

Ele também tem trabalhos como tradutor: fez a versão em português dos livros “Como ser um conservador”, de Roger Scruton; “Uma teoria do socialismo e do capitalismo”, de Hans-Hermann Hoppe; e “O fim do FED — Por que acabar com o Banco Central”, de Ron Paul.

Não se sabe ainda quem ficará no lugar dele como assessor especial do ministro da Educação.

Militar assume chefia de gabinete

Outra demissão que chamou atenção nesta quinta-feira, também publicada no Diário Oficial, é a da chefe de gabinete do MEC, outro cargo muito próximo do ministro. Quem ocupava o posto era Josie de Jesus, ex-funcionária do Centro Paula Souza, em São Paulo. Ela não ficou nem um mês no cargo: havia assumido em 11 de março.

Agora, foi nomeado para o seu lugar Marcos de Araújo, que já foi subcomandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal e professor da Academia dos Bombeiros de Brasília

Grupo técnico

1. Luiz Antonio Tozi: o ex-secretário executivo foi demitido após um pedido de Olavo de Carvalho. Tozi, ligado ao Centro Paula Souza, fazia parte da “área técnica” do MEC e se tornou alvo dos “olavetes”.

2. Tânia Leme: embora sua saída já estivesse em discussão, a ex-secretária de educação básica, que é ligada a Tozi, escreveu carta ao ministro dizendo que deixaria o cargo por não ter sido comunicada do adiamento da avaliação de alfabetização. A saída aconteceu após sua maior aliada na pasta, Iolene Lima, também ser demitida.

3. Iolene Lima: Iolene chegou a ser anunciada como secretária-executiva da pasta, mas acabou não sendo nomeada. Braço-direito da então secretária de educação básica, Tânia Leme, ela acabou sendo demitida.

Grupo militar

1. Marcus Vinicius Rodrigues: aliado à ala militar, Rodrigues foi demitido após desgaste entre Inep e MEC devido à publicação de portaria que adiou avaliação de alfabetização por dois anos.

2. Ricardo Wagner Roquetti: ex-assessor de Vélez, Roquetti, que pertence à ala militar, tentava afastar o grupo de seguidores de Olavo de Carvalho do MEC quando foi demitido a mando do presidente Jair Bolsonaro.

Ideológico

1. Silvio Grimaldo: Ex-aluno de Olavo de Carvalho, Grimaldo saiu do MEC na leva de demissões para tentar estancar a briga entre militares e olavetes.

2. Tiago Tondinelli: Assim como Grimaldo, Tondinelli também deixou o MEC no início do racha na pasta. O ex-chefe de gabinete também é ligado a Olavo de Carvalho.

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