Ícone do site Jornal O Sul

O atual presidente do HSBC no Brasil, André Brandão, aceitou presidir o Banco do Brasil

A campanha para manter Brandão no cargo segue em curso. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A ala “pragmática” do governo obteve uma vitória com a indicação de André Brandão, executivo atualmente no HSBC, para a presidência do Banco do Brasil, em substituição a Rubem Novaes, de 74 anos, que anunciou sua saída do cargo no início da semana passada. A escolha de Brandão foi antecipada pelo jornal Estadão.

Novaes pediu demissão em meio a um desgaste e também por causa da pressão de dirigir o banco. Apesar de ser um nome com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, o executivo era também ligado ao “guru” Olavo de Carvalho, que tem criado polêmicas e atrapalhado a pauta do governo no Congresso. Além disso, o desempenho do BB na área de crédito também seria insatisfatória. Em meio à pressão, ele avisou o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia que estava de saída no dia 24.

O governo vive neste momento uma “limpa” da área ideológica, justamente para agradar o mercado financeiro e principalmente o Legislativo e os partidos do chamado Centrão, que agora formam a base de apoio do governo Bolsonaro. Ao escolher um nome de mercado – Brandão tem 17 anos de HSBC e mais de uma década de Citibank –, o consenso é de que o nome reforça o cacife de Guedes no governo. A confirmação do executivo no cargo depende de ritos internos do BB e do governo. Mas ele já aceitou a função.

Desde 2003 no HSBC, André Brandão atuava como chefe global da instituição para as Américas. Desde que vendeu o banco de varejo para o Bradesco, em 2016, o HSBC atua no Brasil apenas como banco de investimento – área chamada de “atacado” no jargão do mercado. Antes de chegar ao HSBC, o executivo permaneceu mais de dez anos no Citibank (outra instituição que, recentemente, saiu do segmento de varejo no País, que foi adquirida pelo Itaú Unibanco).

Em 2015, o executivo depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava supostos crimes de evasão de divisas de brasileiros que tinham contas na agência de Genebra, na Suíça, do banco. Na época, ele negou que a instituição brasileira tivesse acesso a dados dos correntistas fora do País.

Brandão enfrentava, no HSBC, um movimento de redução de cargos executivos. Segundo reportagem da Reuters publicada no mês de abril, ele permaneceria no cargo de dirigente para as Américas até o fim do ano, quando “novos anúncios seriam feitos”. Outros diretores regionais do banco foram demitidos desde o início de 2020.

Fontes do mercado financeiro consultadas pelo Estadão disseram que Brandão é um visto como um respeitado executivo de mercado e que sua indicação para o Banco do Brasil manda uma mensagem positiva em termos de gestão.

Perfil

Brandão ingressou no Grupo HSBC no final de 1999, na área de renda fixa, vendas e câmbio. Em 2001, assumiu o cargo de diretor de tesouraria, e posteriormente, foi promovido a diretor-executivo de tesouraria.

Ele também atuou como diretor da área de mercado do banco para toda a América Latina, antes de chegar à presidência, em 2012.

Brandão tem mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro. Além do HSBC, já trabalhou também no Citibank, entre São Paulo e Nova York.

Sair da versão mobile