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Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
Os bancos oficiais estão fazendo uma varredura interna sobre as operações com o grupo J&F (dono da JBS) e já avaliam que será preciso elevar o valor de suas provisões para créditos duvidosos (espécie de reserva para se proteger do risco de calote), diante das incertezas sobre o futuro da companhia.
Ao mesmo tempo, o presidente Michel Temer vem sendo aconselhado por auxiliares diretos e líderes dos partidos da base aliada a fazer um pente-fino nas instituições federais. O objetivo é trazer a público as condições dos empréstimos concedidos à JBS, numa espécie de retaliação aos donos da empresa, que delataram um esquema de corrupção envolvendo a classe política.
A ideia é envolver também a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), exigindo rapidez nos processos de investigação de eventuais irregularidades cometidas pela empresa no mercado. Os defensores da operação alegam que a sociedade deve tomar conhecimento dos benefícios concedidos ao grupo pelos bancos oficiais. Em uma postura mais radical, há quem proponha, inclusive, a suspensão de operações já engatilhadas.
“Há uma percepção por parte dos empresários de falta de isonomia”, disse um auxiliar do presidente, acrescentando que a JBS recebeu tratamento privilegiado por parte das autoridades.
A Caixa criou um grupo de trabalho para levantar todas as operações de crédito concedidas à holding J&F, inclusive por intermédio do fundo de infraestrutura do FGTS (FI-FGTS). Uma das orientações é conversar também com outros bancos, inclusive privados, para traçar uma ação conjunta.