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O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão diminuir de tamanho

Bolsonaro já havia sinalizado que o papel dos bancos públicos vai mudar. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ao indicar os economistas de perfil liberal Pedro Guimarães, para o comando da CEF (Caixa Econômica Federal), e Rubem Novaes, para o do BB (Banco do Brasil), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, reforçou a linha privatista que será o norte do novo governo. Os bancos públicos ficarão mais enxutos, terão cortes de despesas com pessoal e fechamento de agências e sairão de negócios que não são estratégicos. As informações são do jornal O Globo.

Bolsonaro já havia sinalizado que o papel dos bancos públicos vai mudar ao indicar Joaquim Levy, saído da Escola de Chicago – assim como o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e Novaes –, para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A instituição passará a se dedicar à estruturação dos processos de privatização e fomentar áreas mais específicas, como inovação e tecnologia.

As palavras de ordem são enxugamento e eficiência. Enxugamentos de despesas e de atividades”, afirmou o futuro presidente do BB, Rubem Novaes.

Novaes e Guimarães almoçaram na quinta no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, com o futuro presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e outros integrantes da equipe econômica. Com a decisão, Ivan Monteiro fica de fora do time montado por Paulo Guedes, embora seu trabalho na Petrobras seja bem avaliado por integrantes da equipe econômica. Monteiro teria interesse em presidir o BB, mas foi barrado por pressões políticas. O fato de ele ter trabalhado ao lado de Aldemir Bendine, condenado e preso na Operação Lava-Jato, causou desconforto na ala política de Jair Bolsonaro.

De perfil liberal, Rubem Novaes é oriundo da Universidade de Chicago (EUA). Ele integrou o time de Paulo Guedes, sendo responsável pela formulação do programa de desestatização do novo governo. Novaes esteve à frente das entidades patronais, como CNI (Confederação Nacional da Indústria) e foi diretor do BNDES.

Guimarães é sócio do banco de investimentos Brasil Plural e tem uma vasta experiência no mercado financeiro. Doutor em Economia pela Universidade de Rochester (EUA), especializou-se em privatizações e participou de diversos processos de venda de empresas no Brasil, como a do Banespa.

Segundo um interlocutor, a mudança de comando dos dois maiores bancos públicos para as mãos de dois economistas liberais e defensores de privatizações significará uma redução no tamanho dessas instituições. Corte de despesas com pessoal e funcionamento de agências também estarão no radar. “Eles vão privatizar e vender o máximo de ativos possível”, disse uma fonte.

No caso da Caixa, os planos são de transferir para o setor privado as áreas de loterias e jogos, seguros, cartões e de transporte de valores e administração de fundos. A atual gestão do banco já vem preparando o terreno para essas medidas, com a criação de empresas específicas que poderão ser privatizadas. O estatuto da Caixa também foi reformulado para melhorar a governança e reduzir o grau de interferência política.

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