Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de março de 2021
A Fiocruz publicou nessa terça-feira (2) um boletim especial alertando que, pela primeira vez do início da pandemia, o País inteiro apresenta piora de indicadores da covid-19. Entre os aspectos analisados, estão crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais. Até então, a doença se apresentava em estágios diferentes nos Estados.
Segundo a análise, o cenário alarmante, representa apenas “a ponta do iceberg de um patamar de intensa transmissão no País”. No momento, 19 unidades da Federação apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI acima de 80%. Por isso, eles defendem a necessidade de “adoção ampla de medidas não-farmacológicas”.
“Os dados consolidados para o País confirmam a formação de um patamar de intensa transmissão da covid-19. Se até este momento mais de 255 mil pessoas morreram por covid-19, em alguns casos sem acesso à assistência e ao direito à saúde previsto na Constituição Federal, nas últimas semanas foram registradas as maiores médias de óbitos por semana epidemiológica e nos dias 13 e 28 de fevereiro pela primeira vez tivemos mais de 1.200 óbitos registrados em um único dia. Na última semana epidemiológica (21 a 27 de fevereiro) foram registrados uma média 54.000 casos e 1.200 óbitos diários por Covid-19”, afirma o boletim.
Segundo o levantamento da Fiocruz, entre as 27 capitais do País, no momento há 20 com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos de 80% ou mais.
São elas: Porto Velho (100%), Rio Branco (93%), Manaus (92%), Boa Vista (82%), Belém (84%), Palmas (85%), São Luís (91%), Teresina (94%), Fortaleza (92%), Natal (94%), João Pessoa (87%), Salvador (83%), Rio de Janeiro (88%), Curitiba (95%), Florianópolis (98%), Porto Alegre (80%), Campo Grande (93%), Cuiabá (85%), Goiânia (95%) e Brasília (91%).
Além disso, cinco capitais estão com taxas superiores a 70%: Macapá (72%), Recife (73%), Belo Horizonte (75%), Vitória (75%), São Paulo (76%).
Casos no País
O Brasil registrou 1.726 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas – recorde desde o início da pandemia – chegando ao total de 257.562 mil óbitos desde seu início.
O número de mortes em 24 horas registrado no Brasil nessa terça é superior ao registrado preliminarmente nos Estados Unidos na segunda (1º) e compilado nos principais painéis de monitoramento. Segundo a Johns Hopkins, os EUA tiveram 1.567 mortes.
A média móvel de mortes, que registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana, bateu recorde pelo quarto dia consecutivo. Além disso, já são mais de 40 dias com a média acima da marca de mil vítimas.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 10.647.845 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 58.237 desses confirmados nas últimas 24 horas.