Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

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Colunistas O Brasil está parado no tempo

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Um exemplo recente desse bloqueio à inovação que estamos vivenciando no País é a ascensão das tecnologias de pagamentos digitais, como o “Apple Pay”. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Quando o assunto é tecnologia, ou mesmo inovação, é comum ouvirmos a frase “o Brasil está parado no tempo”. Isso se deve ao fato de tudo acabar chegando atrasado a nosso país, graças ao modelo fechado, e demasiadamente protecionista, que temos. Empresas que desenvolvem tecnologias inovadoras fora do Brasil, como a Uber, enfrentaram diversas barreiras para conseguir implementar seus serviços no País. Na verdade, acaba sendo praticamente impossível uma empresa entrar no Brasil sem o nosso mercado ser identificado como prioritário para a interessada. Caso contrário, o esforço acaba por não ser válido. A falta de interesse gerada pelas nossas barreiras protecionistas acaba por ser um grande entrave para o brasileiro.

Um exemplo recente desse bloqueio à inovação que estamos vivenciando no País é a ascensão das tecnologias de pagamentos digitais, como o “Apple Pay”. Nos Estados Unidos, essa tecnologia já está presente em diversos estabelecimentos e está sendo responsável, junto com seus concorrentes, por uma mudança cultural na forma como o ato de pagamento é realizado pelos americanos. Tal tecnologia está sendo responsável por uma revolução no varejo não só americano como em diversos outros países que já permitem sua utilização. Porém, a Apple ainda não conseguiu entrar no Brasil com a tecnologia. Além das barreiras que encontra, devido a legislações atrasadas e demais questões relacionadas ao aceitamento dos bancos, o ecossistema varejista também não tem condições de investir em terminais de pagamentos adequados para receber esse tipo de transação. Uma das razões que levam a isso, além da crise em que nos encontramos, é o fato de esses terminais serem investimentos elevados, devido à alta carga tributária para importá-los.

Essa é apenas uma das diversas tecnologias que sempre chegam a nosso País com anos de atraso. Devido à excessiva regulamentação e à altíssima carga tributária, é impraticável que certas empresas se estabeleçam no país ou o tornem um mercado prioritário para investimento. Quem perde com isso? A população brasileira, que vive décadas atrás de seu tempo graças à teimosia do governo. O que é pior de tudo isso é que, se continuarmos assim, estamos assinando nosso atraso para os próximos anos!

Muito pior do que não estarmos abertos para receber adequadamente tais tecnologias é o fato de não estarmos aptos a produzi-las, graças ao mesmo problema. Você já imaginou um carro elétrico sendo desenvolvido no Brasil? Capacidade criativa e intelectual temos de sobra, porém, o custo Brasil, o preço abusivo das taxas de importação de peças e, principalmente, a legislação atrasadíssima fariam com que esse projeto nunca fosse concluído. Novamente, quem perde com isso somos nós, pagadores de impostos, que sustentamos uma classe política que apoia o protecionismo excessivo.

Portanto, é necessário refletir sobre as reais necessidades de uma proteção às indústrias locais. Acabamos por ser um País que está sempre atrás de seu tempo, simplesmente por acreditarmos, cegamente, que a proteção vai levar ao desenvolvimento das indústrias locais a qualquer preço. Além de estarmos pagando um valor alto por isso, por meio dos impostos e incentivos dados a tais indústrias, estamos bloqueando a livre concorrência de agir. Atualmente, o governo arbitrariamente decide quem fornece o que consumimos, e isso não está certo.

Rodrigo Paim, publicitário e associado do IEE

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/o-brasil-esta-parado-no-tempo/ O Brasil está parado no tempo 2018-01-26
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