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Educação O Brasil melhora em prova mundial de educação, mas 4 em 10 alunos não aprendem nem o básico

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Isso significa que esses adolescentes não conseguem fazer operações como converter moedas. (Foto: Agência Brasil)

A nota dos estudantes brasileiros de 15 anos teve uma leve melhora na maior avaliação de educação básica do mundo, o Pisa. No entanto, 4 em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples.

Apesar de já ter tido posições piores, o País também se mantém entre as últimas colocações do ranking internacional nas três áreas avaliadas, Leitura, Matemática e Ciência. E ainda é uma das nações com maior diferença de desempenho entre estudantes ricos e pobres.

Os resultados do Pisa foram divulgados nesta terça (3) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris. Participaram da prova, realizada no ano passado, 600 mil estudantes em 79 países. O exame é feito desde 2000, de três em três anos, com nações membros da OCDE e convidados, como é o caso do Brasil. A China, representada pelas províncias de Pequim, Shangai, Jiangsu e Zhejiang, ficou em primeiro lugar dos rankings mundiais das três áreas.

A nota média do Brasil em Leitura subiu de 407 para 413 pontos, entre 2015 e 2018, a mais alta já registrada no Pisa pelo Brasil. Apesar do avanço em relação à última edição não ser estatisticamente significativo, a tendência de aumento desde 2000 é considerada relevante pela OCDE.

Além disso, a amostra de alunos do Brasil cresceu muito nos últimos anos, o que, em geral, tenderia a baixar a nota do País. Isso porque o Brasil tem aumentado nos últimos anos o índice de jovens de 15 anos na escola – idade em que o adolescente deve ingressar no ensino médio. A inclusão leva jovens de baixa renda a frequentarem a escola.

O relatório do Pisa destaca, logo nas primeiras páginas, o Brasil como um dos seis países em que “a qualidade da educação não foi sacrificada quando se aumentou o acesso à escola”. Os outros são México, Albânia, Indonésia, Turquia e Uruguai.

Só 2% dos jovens brasileiros conseguem distinguir fato de opinião

A Leitura foi o foco desta edição do Pisa, o que quer dizer que os resultados dessa área são mais detalhados. Além de cobrar interpretação e compreensão de texto, a prova incluiu competências necessárias para “construir conhecimento, pensamento crítico e tomar decisões bem embasadas”, como explicou o relatório da OCDE. “O smartphone transformou a maneira como as pessoas leem e a digitalização levou ao surgimento de novas formas de textos”, explicou o documento.

A mais alta colocação brasileira está também no ranking de Leitura (54ª posição), ficando acima de cinco países latinos: Argentina, Colômbia, Peru, Panamá e República Dominicana. Há duas semanas, o ministro da educação, Abraham Weintraub, havia dito que o Brasil ficaria em último lugar na América Latina no Pisa por causa das “abordagens esquerdistas” de governos anteriores.

Mesmo assim, metade dos estudantes não consegue chegar ao nível 2 de desempenho na área (os patamares vão de 1 a 6), considerado o conhecimento mínimo esperado para a idade. Isso quer dizer que os estudantes de 15 anos não entendem o propósito de um texto e não encontram informações que estão explícitas. A maior parte dos brasileiros (26,7%) está no nível 1A, ou seja, apenas entendem o significado literal de frases ou passagens curtas, reconhecem o tema principal ou o objetivo do autor em um texto sobre um assunto familiar.

Os resultados mostram que só 10% dos jovens no mundo conseguem distinguir fato de opinião, habilidade considerada complexa pelo Pisa. No Brasil, esse grupo representa 2% e não inclui jovens de baixa renda.

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https://www.osul.com.br/o-brasil-melhora-em-prova-mundial-de-educacao-mas-4-em-10-alunos-nao-aprendem-nem-o-basico/ O Brasil melhora em prova mundial de educação, mas 4 em 10 alunos não aprendem nem o básico 2019-12-03
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