Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2020
Em setembro, líderes de 77 países de todas as regiões e da União Europeia assinaram um compromisso voluntário para reverter a perda de biodiversidade no mundo até 2030. O governo do Brasil não assinou o documento.
Chamado de “Compromisso dos Líderes pela Natureza”, o documento tem por objetivo tomar medidas para conter o declínio catastrófico causado pelo homem. Entre as propostas, está o compromisso de acabar com os crimes ambientais.
A proposta contou com a adesão de países como Nova Zelândia, França, Alemanha. Entre os vizinhos do Brasil que assinaram o acordo, estão o Peru, Bolívia e Colômbia, que compartilham áreas da Floresta Amazônica.
Além do governo de Jair Bolsonaro, líderes dos Estados Unidos, Austrália, China, Rússia e Índia também se recusaram a assinar o documento.
O compromisso lista dez ações urgentes para os próximos dez anos. Entre os pontos estão:
– acabar com os crimes ambientais;
– investimento em uma recuperação econômica “verde” e sustentável pós-pandemia;
– diminuir a poluição do ar, terra, solo, água doce;
– eliminar o descarte de plástico nos oceanos.
“Estamos em estado de emergência planetária: as crises interdependentes de perda de biodiversidade e degradação de ecossistemas e mudança climática – impulsionadas em grande parte pela produção e consumo insustentáveis – requerem ação global urgente e imediata. A ciência mostra claramente que a perda de biodiversidade, a degradação da terra e dos oceanos, poluição, esgotamento de recursos e mudanças climáticas estão se acelerando a uma taxa sem precedentes […] A menos que esse cenário seja interrompido e revertido com efeito imediato, ele causará danos significativos à resiliência e estabilidade econômica, social e política global”, diz a carta.
Plástico no oceano
Um estudo recente da agência científica nacional da Austrália (CSIRO) e publicado na revista “Frontiers in Marine Science” estimou que existam 14,4 milhões de toneladas de microplásticos no fundo do oceano – 30 vezes mais plástico do que na superfície.
A equipe usou um submarino robótico para coletar, em 2017, amostras de sedimentos do fundo do mar em seis locais remotos a cerca de 300 km da costa sul do país, na Grande Baía da Austrália.
Os pesquisadores analisaram 51 amostras e descobriram que cada grama de sedimento continha uma média de 1,26 pedaço de microplástico. Isso é até 25 vezes mais microplásticos do que estudos anteriores em águas profundas, segundo os pesquisadores.
Ao jornal “The Guardian”, a coautora da pesquisa Denise Hardesty disse que o estudo mostra que o plástico está em todos os lugares, mesmo nos mais remotos. “Isso nos dá uma pausa para pensar sobre o mundo em que vivemos e o impacto de nossos hábitos de consumo.”
Originários de fontes diversas como roupas sintéticas, pneus e tintas, esses pedaços minúsculos de plástico têm 5 mm ou menos de diâmetro e são o resultado da quebra de plásticos maiores.
As amostras foram coletadas em março e abril de 2017 em uma faixa de profundidades entre 1.655 metros e 3.062 metros. As informações são do portal de notícias G1.