Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2017
O Brasil perdeu 2 milhões de empregos formais em 2016, segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (19). O resultado é o pior da série da pesquisa, iniciada no ano de 1976.
Foi o segundo ano consecutivo de fechamento de vagas formais. Em 2015, o País já havia perdido 1,51 milhão de empregos com carteira assinada.
De acordo com o Ministério do Trabalho, as demissões atingiram mais os homens do que as mulheres no ano passado. Em 2016, 1,26 milhão de homens perderam seus empregos e 736 mil mulheres foram demitidas. No ano anterior, 1,07 milhão de homens foram demitidos, contra 438 mil mulheres.
Com essa baixa no mercado de trabalho formal, o estoque de trabalhadores que era de 48,06 milhões no final de 2015 recuou para 46,06 milhões de postos no final de 2016. Para o final de um ano, é o menor estoque desde 2011 (46,31 milhões).
Crise econômica
“Em dois anos, [o País] regrediu pelo menos uns quatro anos”, declarou o coordenador de Estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães.
Além dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que englobam os trabalhadores celetistas, os números da Rais também incluem os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários.
A pesquisa, divulgada anualmente, é considerada uma das principais fontes de informações sobre o mercado de trabalho formal brasileiro.
Até então, só tinham sido divulgados os dados consolidados de 2016 referentes ao Caged, que apontou a perda de 1,32 milhão de empregos formais no ano passado.
Segundo Magalhães, 2016 representou o ápice da crise financeira. Por isso, de acordo com ele, tantos empregos foram perdidos.
“Essa crise começou no final de 2014. Em 2015, se torna evidente, principalmente a partir de abril. E 2016 é um aprofundamento dessa crise. Houve um ciclo vicioso com queda do emprego, queda da massa salarial e com encolhimento do mercado interno”, declarou ele.
Veja o número de demissões em 2016 por setor:
– Agropecuária: perda de 24 mil postos de trabalho
– Administração pública: fechamento de 373 mil vagas
– Serviços: demissão de 442 mil trabalhadores
– Comércio: fechamento de 268 mil empregos
– Construção civil: perda de 437 mil vagas
– Serviços de utilidade pública: fechamento de 18 mil postos
– Indústria de transformação: demissão de 419 mil trabalhadores
– Indústria extrativa mineral: perda de 19 mil empregos