O Brasil planeja mais seis centrais nucleares até 2050, além da usina de Angra 3, que está inacabada, disse nesta quinta-feira (26) o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros. As usinas demandariam investimentos de 30 bilhões de dólares e poderiam agregar ao sistema uma capacidade de 6,6 GW de energia, segundo previsões que devem constar de Plano Nacional de Energia 2050, a ser divulgado em dezembro. As informações são do jornal Extra.
“É fundamental que os investidores tenham uma noção do Brasil para os próximos anos”, disse Barros, em evento no Rio de Janeiro nesta quinta-feira.
“Pretendemos considerar a oportunidade de se fazer mais seis reatores nucleares. O PNE 2050 vai dar essa sinalização”, acrescentou ele.
Barros frisou que a expansão na geração nuclear vai além do setor elétrico.
“A geração nuclear ancora desenvolvimento tecnológico, incluindo setores como agricultura, medicina e outros”, destacou ele.
O governo brasileiro busca solução para a conclusão da Usina Nuclear de Angra 3, que estão paralisadas desde 2015 quando os contratos da central passaram a ser alvos de investigações da operação Lava-Jato.
A estimativa do governo continua sendo a retomada da obra no ano que vem para iniciar a operação em 2026.
Revisão de oferta de energia
O Ministério de Minas e Energia publicou na quarta-feira (25) uma nota técnica que visa esclarecer pontos apresentados em consulta pública aberta pelo governo para realizar até 2021 uma revisão extraordinária da oferta de energia de grandes hidrelétricas e térmicas do país.
O intuito da nota técnica é assegurar que, “quaisquer que sejam as revisões propostas nas garantias físicas, os direitos já estabelecidos sejam mantidos, inclusive mantendo-se o caráter opcional à adesão às alterações porventura propostas”.
“Esclarecemos que o respeito aos contratos é uma premissa do MME e que não há qualquer discussão para desconsiderar contratos firmados”, disse o MME, em nota.
A consulta, aberta neste mês, trata da revisão da garantia física de energia das usinas despachadas centralizadamente –as que são despachadas exclusivamente pelo ONS (Organizador Nacional do Sistema Elétrico).
A medida visa equilibrar o sistema elétrico, em meio a uma percepção generalizada de que muitas usinas não têm conseguido entregar energia conforme o esperado, mas especialistas ouvidos pela Reuters na semana passada apontaram temores de uma disputa judicial.
A proposta de ajuste contempla um cálculo das novas garantias físicas no primeiro trimestre de 2020, para início de vigência a partir de janeiro de 2021.