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O Brasil pode se recuperar mais rápido que outros países, diz o ministro da Economia

Paulo Guedes em videoconferência com deputados e senadores da comissão mista que acompanha as medidas de combate ao coronavírus. (Foto: Reprodução TV/Senado)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (30) que o Brasil poderá recuperar sua atividade econômica mais rapidamente do que outros países. Ele fez a afirmação ao participar de videoconferência com deputados e senadores da comissão mista que acompanha as medidas governamentais de combate à pandemia de Covid-19.

Paulo Guedes disse que o Brasil ainda pode surpreender o mundo e retomar mais rapidamente o crescimento econômico se destravar investimentos. Para tanto, ele conta com o apoio do Congresso Nacional para aprovar reformas estruturantes, como a administrativa e a tributária, e marcos para setores da infraestrutura.

Temos aí 60, 90 dias para destravar a fronteira de investimento. Saneamento, cabotagem, setor elétrico, petróleo, gás natural. É nesse sentido que vamos surpreender o mundo, daqui a dois, três meses. Quando tiver realizada já a volta segura ao trabalho, estaremos já disparando nossas ondas de investimento, exatamente por esse trabalho de aperfeiçoamento do marco regulatório brasileiro pelo Congresso”, afirmou Guedes.

Na reunião, Paulo Guedes listou as liberações de recursos feitas pelo governo para enfrentar a crise decorrente da pandemia no Brasil. O dinheiro já soma cerca de R$ 1 trilhão, provenientes, entre outras fontes, da Caixa Econômica Federal, de empréstimos do BNDES, da antecipação de benefícios de aposentados e pensionistas, do auxílio emergencial de R$ 600 e ainda do repasse para estados e municípios.

Em cinco ou seis semanas, quando os americanos demitiram 30 milhões de trabalhadores do mercado formal, o Brasil protegeu 10 milhões de empregos, 10 milhões de pessoas que seriam demitidas e se inscreveram no programa BEm [Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda], que permitia a livre negociação dos salários. Então, a empresa dizia: ‘em vez de demitir, vou dar meio expediente, vou pagar só metade do salário, e o governo vem e faz uma suplementação salarial’”, afirmou, acrescentando que no Brasil cerca de um milhão de pessoas foram demitidas.

Outros parlamentares questionaram a aplicação dos recursos, com o argumento de que não estão chegando à ponta. Segundo Paulo Guedes, o governo tem trabalhado juntamente com o Tribunal de Contas da União (TCU) para que haja transparência e monitoramento dos investimentos. “Depois que a gente libera, a responsabilidade é dos demais entes federativos. Depois que o recurso entra nos estados, o governador é responsável. Depois que entra no município, os prefeitos são responsáveis. O governador e os prefeitos têm que dar conta disso aí e os tribunais de contas dos Estados também”, justificou.

Na avaliação do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), um dos diversos que se manifestaram na audiência, o governo não assumiu o papel federativo de coordenar as ações. “Uma coisa é descentralização, outra coisa é omissão, falta de propostas”, criticou.

Por outro lado e entre os parlamentares que elogiaram o ministro, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que na crise é que o Estado precisa entrar com ações pontuais, de curto prazo, que resgatem as pessoas que não estão tendo acesso ao mercado normalizado.

O presidente da comissão mista, senador Confúcio Moura (MDB-RO), planeja uma próxima reunião com Paulo Guedes para daqui a dois meses, para um novo balanço das ações do governo relacionadas à pandemia de Covid-19. Uma primeira reunião já havia sido realizada em 30 de abril. As informações são da Agência Câmara de Notícias.

 

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