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Brasil O Brasil registrou 338 novas mortes por coronavírus em 24 horas e bateu a marca dos 4 mil e 500 óbitos

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O ministro da Saúde, Nelson Teich, durante coletiva desta segunda-feira.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Especialistas relatam manifestações que vão bem além da falta de ar e do cansaço. (Foto: Reprodução)

O Brasil registrou 338 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas e agora tem um total de 4.543 óbitos, segundo informou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (27).

O número voltou a ficar acima de 300 novas mortes diárias — o recorde desde o início da pandemia foi batido na quinta (23), com 407 óbitos, e os balanços de sexta (24) e sábado (25) apontaram mais de 300 mortes cada. No domingo (26), foram 189 novos óbitos, mas o próprio ministério já disse que os números do fim de semana podem ser menores por causa da redução da equipes.

Ao todo, são 66.501 casos confirmados — no dia anterior, o Brasil passou da marca de 60 mil casos, com 61.888 no total.

O número real, porém, deve ser maior devido à subnotificação e aos exames que ainda aguardam resultado. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que Ministério da Saúde só processou metade das amostras recebidas, o equivalente a 0,06% da população.

São Paulo, o Estado mais populoso do País, segue com o maior número de registros, com 21.696 casos confirmados. Na sequência aparecem Rio de Janeiro, com 7.944, e o Ceará, com 6.726.

São Paulo também lidera em número de mortes registradas. São 1.825 no total. O Rio de Janeiro registrou 677 óbitos em decorrência da Covid-19 e, Pernambuco, 450.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que a pasta fará uma parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para definir qual é a amostra da população que deve ser alvo de testes no País.

Segundo ele, a ideia é chegar a uma estimativa de pessoas que têm imunidade contra o novo coronavírus.

“O entendimento desse percentual é fundamental não só para entender o presente, mas possíveis ondas como acontece em outras infecções virais, como foi com a gripe espanhola. O percentual de imunidade da sociedade vai definir o risco de ter outras ondas”, disse.

Membros da pasta voltaram a frisar que não é possível ter testes para toda a população.

Nos últimos dias, a pasta tem citado a intenção de ampliar a testagem também para casos leves registrados entre idosos, pessoas com doenças crônicas e população economicamente ativa.

“Mas isso vai depender do recebimento dos testes”, disse o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira. Segundo ele, a previsão da pasta é ter 46 milhões de testes até setembro. Ele não detalhou o cronograma completo da entrega de todos os exames.

Na primeira coletiva técnica após a posse do novo ministro, o ministério buscou apresentar dados que mostram cenários diferentes da epidemia no país e rebater críticas sobre subnotificação de mortes pela Covid-19.

Em um dos casos, a pasta apresentou dados de incidência, parâmetro que compreende o total de casos pela população, distribuídos em mapa, mostrando que o impacto é maior em algumas regiões, caso de Manaus (AM) — sem apresentar os índices completos por Estado, como vinha acontecendo anteriormente, tampouco classificá-los em parâmetros de alerta.

Anteriormente, Estados com maior incidência de casos de Covid-19 eram classificados como em situação de emergência, por exemplo. Os demais entravam como atenção e alerta.

A pasta também deu destaque a um gráfico que mostra a evolução da doença no Brasil em relação a outros países após cem casos confirmados.

“Podemos observar que o Brasil está com número inferior aos demais países”, afirmou Oliveira. Especialistas, no entanto, têm apontado que a baixa testagem de casos no país inviabiliza comparações.

Ao divulgar os dados, o ministro negou que a apresentação seja uma tentativa de minimizar o impacto da epidemia. “Vamos ter uma apresentação técnica”, disse.

Segundo Oliveira, 86% das mortes registradas no sistema já tiveram o diagnóstico concluído.

Por outro lado, o balanço do perfil de mortes no País voltou a ser divulgado.

Dados de análise de 3.909 mortes das 4.543 confirmadas mostram que 69% delas foram de pessoas acima de 60 anos. Cerca de 67% tinham registro de ao menos um fator de risco, como doenças prévias, caso de cardiopatias e diabetes.

O ministério também apresentou dados que apontam uma diferença de 257 mortes a mais nos registros feitos por cartórios em comparação com o sistema usado pela pasta. Para Oliveira, isso indica que a subnotificação é baixa.

Ele afirmou que os sistemas atualmente estão “muito próximos”, mas que outras medidas vão ser implementadas para aumentar a exatidão dos números.

Segundo o secretário, o momento de pico da epidemia deve variar conforme a região e o histórico de maior transmissão de vírus respiratórios. Ele evitou dar uma previsão única para o País.

Atualmente, 2.213 municípios não têm nenhum registro de síndrome respiratória aguda grave ou casos confirmados de coronavírus, de acordo com o ministério.

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