Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2020
As condições para o Brasil garantir acesso mais rápido a uma futura vacina contra a Covid-19, por um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS), estão, agora, mais claras, segundo o jornal Valor Econômico.
O governo de Jair Bolsonaro anunciou, há algumas semanas, à OMS sua intenção de participar do “pool financeiro” que apostará em nove vacinas em desenvolvimento, pelo “Covid-19 Global Access Facility (Covax Facility)” do Gavi Aliança (Aliança Global para Vacinas e Imunização).
Na ocasião, o governo sinalizou pela opção de comprar vacinas para imunizar 20% da população brasileira — 84 milhões de doses (duas para cada paciente). Pelo preço médio de US$ 10,55 por dose, o custo para o país seria de US$ 886,2 milhões (R$ 4,69 bilhões).
Agora, Brasília tem até o dia 18 para assinar o contrato com o mecanismo do Gavi. Mas a participação brasileira não está confirmada e fontes de Brasília dizem que o governo continua estudando os termos jurídicos e financeiros do mecanismo da OMS.
Se o Brasil ratificar a “confirmação da intenção”, terá, então, prazo até 9 de outubro para pagar uma parcela inicial de US$ 3,10 por dose, o que significa US$ 260,4 milhões (R$ 1,38 bilhão).
Ao mesmo tempo, Brasília precisará dar uma garantia financeira de 0,40 centavos de dólar por dose, ou seja, US$ 33,6 milhões (R$ 178,1 milhões).
O Gavi corre atrás de confirmações, enquanto cada país tem sua própria estratégia para garantir vacina, se comprovada bem-sucedida e se for adaptado a determinada população. Alguns países consideram ser mais promissor ter acordo bilateral diretamente com os laboratórios. Outros acham que dá para ter participação tanto no Covax como nos acordos bilaterais.
Nesse cenário, o Gavi aumentou as opções para os países. Antes, só era possível se comprometer com a compra de um número determinado de doses, basicamente para imunizar 20% da população.
Agora, o mecanismo permite a um país comprar vacinas para imunizar de 10% a 50% de sua população, por exemplo. Ou seja, a flexibilidade é dada tanto para comprar menos como para comprar muito mais.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na quinta-feira (10) que o Brasil estuda aderir ao programa Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltado para a promoção de acesso global à vacina contra a covid-19.
O anúncio foi durante a videoconferência do Conselho de Governança do Access to Covid-19 Tools (ACT) Accelerator, grupo que reúne diversos países para acelerar o fim da pandemia do novo coronavírus, por meio do desenvolvimento de testes, tratamentos e vacinas.
“Caso optemos pela adesão, o Brasil poderá ser o maior contribuinte. Gostaria de concluir colocando à disposição de todos a robusta capacidade de produção de vacinas e experiência do Brasil em oferecer acesso universal a serviços de saúde, incluindo vacinação a toda população brasileira”, disse Pazuello.