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Brasil O Ministério da Saúde confirmou que o Brasil já registra transmissão comunitária do coronavírus nas cidades do Rio e de São Paulo

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Região responde agora por 5,3 % dos casos e 9,6% das mortes globais. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Os municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo já registram transmissão sustentada ou comunitária do novo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. Esse tipo de transmissão ocorre quando não é mais possível saber a origem da infecção por ter se alastrado aleatoriamente.

É diferente da transmissão local, quando se sabe quem passou o vírus a quem. E as infecções importadas, as primeiras notificadas no país, ocorrem quando os doentes se contagiaram fora do Brasil.

A transmissão sustentada é o terceiro e último estágio epidemiológico. Faz com que as autoridades elevem o nível de alerta e adotem medidas de maior restrição. A orientação do Ministério da Saúde, divulgada nesta sexta-feira (13), inclui até antecipação das férias escolares ou uso de ferramentas de educação a distância. É também recomendado redução do fluxo laboral, com adoção de medidas como home office, reuniões virtuais e horários alternativos de trabalho.

Com a transmissão comunitária, não haverá mais o monitoramento dos casos leves, mas apenas dos graves, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os gestores locais terão autonomia para testar os leves também, caso queiram. Questionado se há circulação local do vírus no Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, respondeu:

“Localmente sim. Não posso precisar se é na cidade inteiro, num bairro, no Estado.”

Segundo o Ministério da Saúde, são dois casos confirmados de transmissão comunitária ou sustentada na cidade do Rio, e mais dois na cidade de São Paulo, totalizando quatro. Mas a pasta fez uma observação: essa situação pode voltar para a condição de transmissão local se for identificado o contato prévio com outros casos confirmados. Não é um cenário fixo e pode ser revertido.

Segundo Wanderson, num eventual situação com centenas de casos de transmissão sustentado, não é possível reverter mais para a fase de transmissão local. Ele também disse que não há, de 2019 para 2020, um aumento no número de síndromes respiratórias agudas graves nas duas cidades.

Segundo o boletim do ministério, também há 15 casos de transmissão local, dos quais 14 no estado de São Paulo e um na Bahia. Os outros 79 registros do balanço são importados, ou seja, contraídos em outros países.

Dos 98 casos confirmados no boletim do Ministério da Saúde, são 51 mulheres e 47 homens. Doze pessoas estão hospitalizadas: cinco em São Paulo, duas em Pernambuco, e uma cada no Distrito Federal, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Wanderson disse que, na próxima quarta-feira (18), será concluído o treinamento de todos os Estados para que possam fazer os testes laboratoriais do novo coronavírus.

Recomendações não farmacológicas

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou que para retardar o pico da transmissão ou da epidemia, são fundamentais medidas não farmacológicas. A decisão tem como base a experiência de outros países. Segundo ele, locais que não aplicaram essas medidas tiveram um aumento dos casos da doença. “O objetivo central, além de tentar evitar a transmissão, é reduzir a velocidade da transmissão”, afirmou.

Oliveira explica que as medidas não farmacológicas são recomendações para reduzir o contato social e reduzir a transmissão do vírus. Segundo ele, cada gestor dos Estados, secretarias de saúde e municípios deve adaptar essas recomendações para a realidade local.

Uma das medidas não farmacológicas é o distanciamento social a fim de minimizar a transmissão. O Ministério da Saúde estima que a cada três dias o número de casos dobre caso as medidas propostas pela pasta não sejam adotadas. “Toda sociedade pode e deve contribuir na prevenção contra o coronavírus”, diz o secretário.

A pasta também recomenda que, neste período de outono e inverno, épocas propícias para doenças respiratórias, organizadores de grandes eventos cancelem ou adiem o encontro se houver tempo hábil. Se não for possível cancelar, a pasta recomenda que o evento ocorra sem público. No caso de mortes confirmadas por coronavírus, a recomendação é que a emissão do atestado de óbito seja feita o mais rápido possível, bem como a realização do velório, que deve ser realizado sem concentração de pessoas.

O ministério também recomenda que instituições de ensino planejem a antecipação de férias com o objetivo de reduzir o prejuízo do calendário escolar ou uso de ferramentas de ensino a distância. A declaração de quarentena, que pode ser um local específico, de uma rua, quarteirão ou cidade, poderá feita ao atingir 80% da ocupação dos leitos de UTI disponíveis para atender à demanda da covid-19.

 

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