Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2019
A SBOT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) afirmou que o Brasil registrou três casos de lesões pulmonares associadas ao uso de cigarro eletrônico (Evali, na sigla em inglês) nas últimas semanas. Segundo a entidade, os pacientes usaram dispositivos adquiridos nos EUA com THC (tetrahidrocanabinol, substância da maconha com efeitos psicoativos).
Os sintomas respiratórios das lesões podem incluir tosse, dor torácica e dispneia. Também são comuns sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia, e sintomas inespecíficos, como febre, calafrios e perda de peso.
As alterações nos exames de imagem também são inespecíficas, “com predomínio das consolidações e/ou vidro fosco em ambos os pulmões”. O aumento dos leucócitos, do PCR e das enzimas hepáticas também é frequente em quem tem os danos.
Nos Estados Unidos, o acetato de vitamina E, um óleo, foi apontado como provável culpado pela epidemia que atingiu mais de duas mil pessoas e matou pelo menos 39.
Apontado como provável culpado pela epidemia que atingiu mais de 2.000 pessoas e matou pelo menos 39.
O tratamento, diz a SBOT, consiste na suspensão do uso do cigarro eletrônico, medidas de suporte clínico, incluindo oxigênio e, quando necessário, ventilação não invasiva ou invasiva.
As lesões associadas ao cigarro eletrônico são facilmente confundidas com a doença respiratória causada pelo vírus influenza e, nessa situação, o paciente deve receber antiviral precocemente e colher exames para confirmação desse diagnóstico.
O corticoide sistêmico pode ser útil em pacientes hospitalizados. No entanto, seu papel ainda não foi avaliado nos pacientes ambulatoriais.
A SBOT sugere aos pneumologistas e clínicos em geral que utilizem os critérios diagnósticos e classificatórios divulgados pelo Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos.
Pacientes dispneicos ou com saturação de oxigênio inferior a 95%, com doenças crônicas, a critério do médico assistente, devem ser internados. Já os pacientes ambulatoriais devem ser reavaliados dentro de 24h a 48h.
O cigarro eletrônico não é regulamentado no país, a maior parte dos dispositivos é obtida ilegalmente.