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Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2018
Ao menos 2.995 pessoas foram assassinadas no mês de julho deste ano no Brasil. O número, porém, é ainda maior, já que quatro Estados não divulgam os dados. O índice nacional de homicídios, ferramenta criada pelo portal de notícias G1, permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Já são 29.980 vítimas registradas nos primeiros sete meses deste ano.
O número consolidado até agora contabiliza todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
O mapa faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Desde o início do ano, jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos. Quatro Estados (Bahia, Ceará, Paraná e Piauí), entretanto, dizem ainda não ter os dados referentes a julho.
Ano passado
Segundo dados, divulgados em agosto pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de mortes violentas no Brasil chegou a 30,8 a cada 100 mil habitantes. Morreram de forma violenta 63.680 pessoas no ano passado, o que equivale a sete pessoas mortas por hora e representa um avanço de 2,9% em relação às 61.283 mortes registradas em 2016. Foram em média 175 assassinatos por dia. O índice de 2017 foi o maior da série histórica, iniciada em 2013.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública é uma associação de pesquisadores da área que compila estatísticas de secretarias de Segurança e das polícias Civil e Militar de todos os Estados. O critério de mortes violentas soma homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais em confrontos e mortes decorrentes de intervenções policiais.
O conceito é considerado um indicador melhor para medir a violência no País em relação somente aos homicídios dolosos, por exemplo, comumente divulgados por Estados. O somatório de mortes violentas é feito desde 2013. Os Estados mais violentos, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, são Rio Grande do Norte, Acre e Ceará. Já as capitais são Rio Branco, Fortaleza e Belém.
Os dados colocam o Brasil entre os países mais violentos do mundo. Balanço do Banco Mundial de 2015 (dados mais recentes) mostra que naquele ano o País teve 26,7 mortes por 100 mil habitantes, em sexto lugar entre os países mais perigosos, atrás apenas de El Salvador, Honduras, Venezuela, Jamaica e Trinidad e Tobago. Nos EUA, por exemplo, a taxa foi de apenas 4,9, e na União Europeia, de apenas 1. Entre países mais próximos, a situação não é animadora: a taxa na Argentina foi de 6,5. No México, de 16,3.
Disparou também a quantidade de mortos pela polícia. Foram 5.144 em 2017, 14 mortos por dia, 20% acima do ano anterior. Ao mesmo tempo, caiu o número de policiais mortos em 4,9%. Foram 367 no ano passado. A violência contra a mulher também aumentou. O Brasil registrou 60.018 estupros em 2017, 8,4% acima do ano anterior. Mais mulheres também morreram: 4.539.