O boletim divulgado nesta quarta-feira (16) pelo Ministério da Saúde mostra que foram registradas 70.574 novas infecções por covid-19 e 936 novas mortes pela doença no País desde terça (15). Com isso, o Brasil ultrapassa os 7 milhões de infectados, com o total de, 7.040.608 de pessoas infectadas no País desde o início da pandemia. O número de infecções supera muito o do boletim divulgado no dia anterior, quando foram registradas 42,8 mil pessoas infectadas.
Os mais de 70 mil novos casos registrados nesta quarta, bem como o número de mortes, é, na realidade, maior. Isso porque São Paulo teve problemas técnicos e não enviou os dados de quarta. São Paulo é o Estado líder de casos e mortes no País, muito à frente dos demais.
O número total de mortes desde o início da pandemia – sem contar com os dados desta quarta de São Paulo – chegou a 183.735. O número de pessoas recuperadas é de 6.132.683, que equivale a 87,1% do total de infectados. O segundo Estado com maior número de casos é Minas Gerais, com 477.697. O segundo com mais mortes é o Rio de Janeiro, com 24.109 desde o início da pandemia.
Povos indígenas
De acordo com dados atualizados da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), o total de casos confirmados de covid-19 entre indígenas chegou a 42.019, enquanto o de óbitos é de 893. O levantamento feito pela entidade revela que o novo coronavírus circula entre comunidades de 161 povos.
Pela contagem do Ministério da Saúde, foram registrados, até as 17h de terça, 36.124 casos confirmados da doença. O governo federal contabiliza ainda 501 óbitos.
A diferença entre números apresentados pelo governo federal e a Apib resulta dos critérios adotados por cada um deles. O Ministério da Saúde desconsidera as contaminações pelo novo coronavírus entre indígenas não aldeados e que vivem em contexto urbano.
Plano de contingência
Em meados de março, o governo federal elaborou o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas. O documento reúne recomendações da equipe técnica da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e traz orientações de como deve ser o atendimento aos indígenas com sintomas relacionados ao covid-19.
Atualmente, além do plano nacional, os 34 DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) existentes no País possuem seu respectivo plano, alguns divulgados em maio. A Apib elaborou, em conjunto com outras organizações indígenas, planos específicos para cada região ou povo.
Notificações
A coordenadora do Grupo Temático Saúde Indígena, da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), Ana Lucia Pontes comentou os critérios de notificação durante a pandemia. Para a pesquisadora, o governo tem falhado ao fornecer informações pelo Siasi (Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena). Com a lacuna, a Sesai deixa de indicar, por exemplo, quais são os povos atingidos pela pandemia, o que prejudica o direcionamento de ações do poder público que possam atender a demandas singulares de indígenas, que são distintas das de não indígenas.