O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, anunciou nesta terça-feira (3) que vai incluir os Estados Unidos e mais alguns países, principalmente europeus, na lista de alerta para locais onde há transmissão local do novo coronavírus.
Na prática, isso significa que pessoas vindas desses países e que apresentarem sintomas passarão a ser consideradas casos suspeitos. A atualização deverá ser feita até esta quarta-feira (4).
Da nova lista devem constar Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Noruega, Reino Unido e Suíça. Outros poderão ser acrescentados.
Atualmente, a lista inclui 16 países, a maioria deles na Ásia, mas já com alguns europeus. Além da China e da Itália, estão na lista Alemanha, Austrália, Camboja, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, França, Irã, Japão, Malásia, Tailândia e Vietnã.
Os dois casos confirmados no Brasil até agora, por exemplo, são de pessoas que contraíram o vírus na Itália.
“Vai aumentar muito o número de casos suspeitos, com certeza”, disse Gabbardo, em razão do fluxo de pessoas entre o Brasil e os Estados Unidos.
Por causa do novo coronavírus, ele afirmou também que vai dar uma ênfase maior na política já adotada pelo Ministério da Saúde de ampliar o horário de funcionamento dos postos de saúde.
Sobre a possibilidade de usar remédios já existentes que estão sendo testados contra o novo coronavírus, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que isso está sendo analisado pelo Ministério da Saúde. Gabbardo afirmou que, se a ciência mostrar que um desses remédios é eficaz, a pasta vai estudar a possibilidade de adquiri-los.
A epidemia teve começo na China e já matou mais de 3 mil pessoas no mundo, além de ter infectado mais de 90 mil.
Casos suspeitos
Balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça aponta que o Brasil tem 488 casos suspeitos de novo coronavírus. Desde o início do monitoramento, 240 casos foram descartados e dois, confirmados.
De acordo com os representantes do ministério, com a inclusão dos Estados Unidos na lista de alerta há expectativa de que as notificações dos casos suspeitos aumentem. Por isso, apontam a necessidade de reforçar que, no atual momento, devem buscar atendimento os pacientes que viajaram para países com transmissão local e que apresentem ao menos dois sintomas (febre e tosse ou febre e dificuldade para respirar).
O novo coronavírus já causou a morte de 2,9 mil pessoas na China e outras 120 em outras partes do mundo, de acordo com dados oficiais do governo chinês. Fora da China, o vírus segue se espalhando no Irã, Itália e Estados Unidos.