Chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto luta para convencer Jair Bolsonaro a tirar Abraham Weintraub do Ministério da Educação.
O sonho da ala militar era demitir do ministério o personagem que mais provoca confusões e gera notícias negativas ao governo. Bolsonaro, no entanto, gosta de Weintraub e do irmão dele, que é assessor do segundo escalão do Planalto.
A ideia dos militares para livrar a Educação de um ministro, segundo eles, “tão incompetente”, seria transferir o problema para outra área desprezada por Bolsonaro, a da Ciência e Tecnologia, comandada pelo astronauta Marcos Pontes, que anda em baixa e pode perder o cargo para o lobby do centrão.
Vídeo
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de vagabundos e defendeu mandá-los para a prisão. A declaração, na íntegra, foi divulgada após a decisão do ministro Celso de Mello de liberar o vídeo de uma reunião ministerial na qual o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Justiça Sérgio Moro para trocar o comando da Polícia Federal.
No vídeo, Weintraub também diz odiar os termos “povo indígena” e “povo cigano”.
“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca”, disse Weintraub.
Em outro trecho, Weintraub diz odiar as expressões “povo indígena” e “povo cigano”.
“Esse país não é … odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio. O ‘povo cigano’. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré”, afirmou Weintraub.
Em sua fala, Weintraub defende o presidente e reclama do fato de estar enfrentando processos no Comitê de Ética da Presidência da República.
“Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de Ética da Presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar”, disse Weintraub.
Na decisão de liberar o vídeo, Celso de Mello disse ter constatado “a ocorrência de aparente prática criminosa” do ministro da Educação. Celso mandou oficiar cada um dos demais ministros da Corte para que “possam, querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes”.
Segundo o ministro do STF, trata-se de “gravíssima aleivosia”. Para ele, a declaração “põe em evidência, além do seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria, que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria)”.