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Economia O ciclo de alta de juros para conter o aumento da inflação no País não se encerrou

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Foi essa a mensagem central da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). (Foto: Agência Brasil)

O ciclo de alta de juros para conter a inflação não se encerrou. Foi essa a mensagem central da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Decerto para dirimir quaisquer dúvidas que ainda pairassem sobre a decisão, que elevou em 1 ponto porcentual a Selic, para 14,25% ao ano, o comitê listou os três motivos que justificam a manutenção do rigor da política monetária: a dinâmica da inflação, que considera adversa; a defasagem dos efeitos dos juros altos; e a elevada incerteza do cenário econômico, tanto externo quanto doméstico.

Com isso, a direção do BC ao mesmo tempo invalida avaliações que apontavam para o fim próximo do ciclo de aumento de juros e mostra ter visão distinta da do governo sobre o comportamento da inflação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mesmo contemporizando sobre o último aumento da Selic – usando a mesma imagem adotada pelo presidente Lula da Silva de que é impossível “dar um cavalo de pau” nos juros –, tem insistido na previsão de que a inflação vai surpreender e cair, dando margem à queda dos juros ainda em 2025.

Não é essa a perspectiva do BC, que vê na indefinição sobre a inflação um “fator de desconforto comum a todos os membros do Copom”, mostrando que a unanimidade do colegiado não está restrita à calibragem da alta dos juros, mas se estende aos fatores que levam à decisão. Vale ressaltar que no cenário interno foi dado destaque ao esmorecimento do esforço para reformas estruturais e em prol da disciplina fiscal, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública.

Ou seja, está mais do que comprovado que Planalto e Banco Central seguem caminhos distintos. Lula da Silva vê no crédito a salvação da economia; o BC vê com preocupação o mercado de crédito “pujante dos últimos trimestres”; Haddad vê possibilidade de recuo do câmbio, com consequente melhora dos preços internos; o BC avalia que parte da deterioração com as incertezas nos Estados Unidos começa a se materializar e que preços industrializados seguem pressionados pelo câmbio, preços dos serviços continuam acima do nível para o cumprimento da meta de inflação e, no setor de alimentos, os preços elevados tendem a se propagar para outros preços a médio prazo.

Todos os sinais são de que a tal “necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, como preconiza o Copom, é um objetivo bastante difícil. O governo comemora a enorme procura pela nova modalidade de empréstimo consignado privado que criou. Já o BC observa como positiva a inflexão do crédito bancário, diante do menor apetite ao risco pelos bancos e o elevado comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas.

Para a autoridade monetária, o arrefecimento da demanda é elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta. O BC ainda vê como incipiente a moderação da atividade econômica. Já o ministro Haddad, com certo exagero, diz que não precisa de recessão para baixar a inflação. É uma Babel econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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