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Geral O confinamento recomendado pelo governo por conta da disseminação do coronavírus pode trazer problemas a quem sofre de ansiedade e depressão

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O isolamento prolongado tem cobrado seu preço na saúde mental. (Foto: Reprodução)

O confinamento recomendado pelo governo por conta da disseminação do novo coronavírus pode trazer problemas a quem sofre de ansiedade e depressão. Para esse grupo, até termos com forte carga emocional, como ‘pandemia’ e ‘isolamento’, podem afligir. Por isso, outras palavras serão fundamentais a partir de agora: cautela, atenção e amor serão os remédios dos psicólogos para os pacientes que precisarão lidar com a solidão.

Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Pedro Paulo Bicalho alerta que, além dos que precisam lidar com os quadros de ansiedade e depressão, há outro grupo que pode ter o confinamento como um obstáculo difícil de ser superado: os idosos, um dos principais grupo de risco.

“Você já vê no Brasil relatos que está sendo difícil manter a mãe de 80 anos em casa porque é uma pessoa saudável, que gosta de andar na rua. Esse processo de estar isolado, em especial em uma cidade como o Rio de Janeiro, que nós experimentamos a rua como um lugar dos encontros, é difícil. É preciso construir estratégias para lidar com esse aspecto emocional”, explica. Bicalho acredita que a tendência é que a quantidade de pessoas com crise de pânico e ansiedade nas emergências aumente proporcionalmente ao número de casos. A solução, para o psicólogo, é informar pelos meios corretos e agir com cautela, seguindo todas as recomendações sanitárias.

“É importante que as pessoas saibam que não é no primeiro espirro que devem procurar o sistema de saúde. É um protocolo que todo mundo deve aprender: em que momento devo ficar em casa, quando eu devo ir à urgência. Estejamos tranquilos do modo como lidamos com os protocolos, para que a gente não construa um pânico e um desmantelamento de saúde”.

Tamara Menezes, psicóloga, já teve que lidar na última semana com pacientes com crise de ansiedade pela pandemia. “É preciso dizer a verdade, sem aumentar nem diminuir a gravidade da situação. A serenidade pode evitar que surja outros problemas além do próprio coronavírus. O pânico é um gatilho frágil que pode ser ativado a qualquer momento, em qualquer pessoa”.

Atendimento online 

O Conselho Regional de Psicologia lembra que desde 2018 há um protocolo de atendimento psicológico pela Internet. “É importante apontar que os atendimentos clínicos a população podem continuar sendo feitos, não estão sendo suspensos. Todos os cuidados estão sendo tomados, guardando a distância entre o psicólogo e o paciente. Mas desde 2018 está autorizado o atendimento online”, afirma Bicalho.

Cabeça ocupada

Diego Lima,diagnosticado há anos com ansiedade e depressão, optou por ocupar a mente com livros e filmes para não se sentir sufocado pelo confinamento. “Pensar em não sobrecarregar o nosso sistema de saúde é primordial. Em casa, eu retomei algumas leituras, estou ouvindo podcasts (programas em formato de áudio), vendo filmes”.

Para ele, pensar que está ajudando para um bem maior também ajuda. “Isolamentos tendem a disparar gatilhos para quem tem ansiedade e depressão. Mas o pensamento na coletividade tem sido a chave para segurar minhas próprias fragilidades. Mas isso é um detalhe perto dos riscos que corremos”.

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https://www.osul.com.br/o-confinamento-recomendado-pelo-governo-por-conta-da-disseminacao-do-coronavirus-pode-trazer-problemas-a-quem-sofre-de-ansiedade-e-depressao/ O confinamento recomendado pelo governo por conta da disseminação do coronavírus pode trazer problemas a quem sofre de ansiedade e depressão 2020-03-22
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