Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2020
Um paciente norte-americano de 60 anos se tornou, na China, a primeira vítima estrangeira do surto de coronavírus, confirmaram as autoridades de Pequim. Ele havia sido diagnosticado recentemente com a infecção e agora está entre os mais de 900 casos fatais já registrados, a maioria no país asiático – há também um óbito confirmado em Hong Kong e outro nas Filipinas.
Um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Pequim disse que não serão informados maiores detalhes sobre a vítima, “em respeito à privacidade de sua família”. Relatos na imprensa norte-americana, porém, revelaram se tratar de uma mulher que estava internada em um hospital em Wuhan, província considerada o epicentro do surto que já deixou mais de 40 mil infectados no planeta.
Um homem japonês de idade em torno de 60 anos também morreu em Wuhan após ser internado em razão de uma forte pneumonia. Ele sofria sintomas associados à infecção. Entretanto, segundo o Ministério do Exterior do Japão, dificuldades em diagnosticar a doença fizeram com que a causa da morte fosse registrada como uma pneumonia viral.
Medidas
Até a última quinta-feira, 17 estrangeiros na China estavam sob quarentena e recebendo tratamento pela doença, segundo os dados mais recentes divulgados pelo governo chinês. O número de mortos na China continental aumentou para quase 900 nesse fim de semana, conforme dados oficiais mais recentes, superando os 744 óbitos causados em 2002-2003 pelo surto de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que tem em comum o fato de ter sido inicialmente transmitido de animais para humanos na China.
No surto de Sars, o total de pessoas infectadas chegou a 8.098, o que sugere um nível de transmissão bem mais baixo do que o do coronavírus de Wuhan, mas com uma taxa de mortalidade mais alta. A província de 11 milhões de habitantes permanece em isolamento.
Neste sábado, Hong Kong – com uma morte confirmada – passou a implementar um período de duas semanas de quarentena para todas as pessoas vindas da China continental, ou que estiveram na região nos últimos 14 dias, o que equivale ao tempo de incubação da doença no organismo humano.
As pessoas nessas condições devem permanecer em suas casas durante esse período ou arriscam serem multadas e até presas. Os não residentes de Hong Kong serão alojados em centros de isolamento do governo ou em quartos de hotel, e estarão sujeitos às mesmas punições aplicadas aos cidadãos locais em caso de violações. Até o momento, foram detectados 25 casos na província autônoma chinesa.
Autoridades da França confirmaram que cinco britânicos que estão no país foram diagnosticados com o coronavírus de Wuhan. Eles compartilharam um chalé em um resort de esqui em Savoie, nos Alpes franceses, com uma pessoa que esteve recentemente em Cingapura. A ministra francesa da Saúde, Agnes Buzyn, disse que o grupo de britânicos apresenta condições estáveis.
Um dos britânicos chegou à França vindo de Cingapura no dia 24 de janeiro, e teria contaminado os demais. Os casos aumentaram o total de infecções pelo coronavírus em solo francês para 11, um dos quais está em estado crítico.