Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2024
Um dia depois da operação de busca e apreensão em seus endereços, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento na manhã dessa terça-feira (30), na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio. O vereador não falou com a imprensa, e esteve por 45 minutos, das 10h às 10h45, na PF.
Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, Carlos afirmou que o depoimento nada tem a ver com a operação de segunda (29). Segundo ele, o tema da oitiva teria sido um post de 2023, em que republica uma mensagem que insinua leniência da PF na investigação de ameaças contra seu pai. “Indo depor por causa disso. Qualquer outra linha de desinformação diferente disso é mais uma fake news! Tire suas conclusões!”.
Na busca e apreensão na casa do vereador, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em seu gabinete na Câmara dos Vereadores da capital fluminense e na casa de verão de seu pai em Angra dos Reis, na Costa Verde do Estado do Rio, a PF recolheu computadores e celulares. Carlos é investigado por suspeita de envolvimento no monitoramento ilegal de autoridades públicas.
Vazamento
A PF abriu uma investigação para apurar se informações da Operação Primeiro foram vazadas com antecedência ao vereador Carlos Bolsonaro — um dos alvos das diligências.
Quando a equipe policial chegou até a residência localizada em Angra dos Reis, no dia da operação, Carlos não estava no local. De acordo com testemunhas ouvidas pelos investigadores, nas proximidades da residência, o ex-presidente Jair Bolsonaro, junto com os filhos, teria deixado o local por volta das 6h30.
A PF não acredita que o vazamento tenha ocorrido de dentro da instituição, mas que Carlos e os demais podem ter sido avisados por porteiros ou moradores de outros endereços. A primeira equipe foi deslocada para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e apenas depois disso outros investigadores foram até Angra dos Reis.
O advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro das Comunicações, afirmou que o grupo deixou a casa às 5 horas para ir pescar. No entanto, os policiais acreditam que a saída ocorreu justamente em razão das buscas. “Qualquer suspeita de vazamento é apurada. Neste caso não parece ter ocorrido algo grave, mas precisamos avaliar”, diz uma fonte, sob a condição de anonimato.