Atualmente é muito comum termos diversas senhas eletrônicas. Elas nos dão acesso aos e-mails pessoais e corporativos, blogs e as mais diversas redes sociais. Apesar da segurança que essas plataformas oferecem, o descuido ao guardar as senhas e nossas informações pessoais, pode facilitar a ação de hackers. Estranhos podem vir a ter acesso a fotos e conteúdos que pertencem ao usuário da conta, levando a prática de crimes cibernéticos.
Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a blogueira e radialista Josélia Maria vivenciou o drama de ter o seu blog de notícias hackeado no ano de 2012. Ela disse que tudo começou quando solicitou a compra de um domínio BR a uma pessoa do ramo de tecnologia da região.
“Eu tinha um blog com o domínio BR, onde eu postava notícias. A pessoa que me vendeu esse domínio cuidava dele, mas eu desconfiei que ele começou a usar a minha senha. Durante o período das eleições, percebi que eu postava matérias, mas quando o internauta clicava, redirecionava para outra página com outro texto, com informações totalmente distorcidas”, explica Josélia.
A blogueira disse que procurou a pessoa suspeita e pediu que ela parasse com as postagens. “Eu localizei a pessoa e ameacei entregá-la para a Polícia Federal, mas ela continuou postando. As pessoas já estavam começando a desconfiar de mim. Então pedi ajuda, criei outro blog, com outro domínio. Preferi perder tudo, fotos e postagens, do que ficar daquele jeito”, esclareceu.
Segundo o delegado de Polícia Civil, Marceone Ferreira, a orientação é criar uma senha segura. “Usuários de redes sociais devem ter muito cuidado e sempre criar uma senha que tenha dificuldade de acesso. Muitas vezes, as pessoas facilitam, colocando data de nascimento, datas comemorativas. E assim, nem precisa ser especialista para hackear”, afirma.
É preciso também ficar alerta com o círculo de amizades nas redes sociais. “É bom ter cuidado com os compartilhamentos com pessoas que você não tem o conhecimento e restringir as suas redes sociais com os familiares. Muitas pessoas deixam suas redes abertas e às vezes as pessoas colhem fotos indevidas, faz um fake da pessoa”, diz.
Quando o usuário de uma conta identifica que está sendo hackeado, o primeiro passo é procurar uma delegacia de Polícia Civil. “Primeiramente é fazer o boletim de ocorrência para que possa ser feita a investigação. Deve-se levar os prints das páginas e todo material que o usuário tiver. Assim, o delegado vai poder localizar o IP. Na capital, Recife, existe uma delegacia especializada em crimes cibernéticos”, explica.
Segundo o delegado, existem penalidades para os crimes cibernéticos. “Quando envolve crianças e adolescentes, a punição vai até 8 anos de prisão. Existem também os crimes de calúnia, injúria e difamação”.