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Colunistas O diabo do calão

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A malfadada reunião do ministério de Bolsonaro, do dia 4 de julho de 2022, foi um verdadeiro show de horrores. No momento mais, digamos, sujo, o ex-presidente, em 35 segundos, deitou e rolou a desferir palavrões de todas as latitudes, como se estivesse possuído pelo diabo do calão, um dos mais influentes que atuam ao nosso redor.

Os leitores irão me perdoar, mas se não escrever, parece um panfleto, um exagero, desses tão comuns no embate político. Preparem o vômito e vamos lá, para as pérolas de obscenidade desse homem descontrolado, insuportável, a quem – entretanto – tanta gente venera: “Há diferença entre mulher levar porrada e se fuder e homem. Vocês ficam mole,(sic) muito mais do que uma mulher e se arrastam para dentro de um camburão, puta que o pariu!”. Aqui, não dá para saber bem o que o boquirroto quis dizer – a transcrição é literal.

Prosseguindo; “nós vamos esperar o dia 23, 24 para se fuder porque eu não tomei providências lá atrás? E não é providência para dar tiro, Paulo Sérgio (comandante do Exército), caralho. Não é colocar a tropa na rua, tocar fogo, até metralhar, não é isso, porra!”.

Então o que é? Onde o capitão aprendeu toda essa entulhada de baixarias que uma pessoa minimamente educada não ousa proferir? Em reunião à qual estão presentes os principais governantes de um país da importância do Brasil? É a isso que chamam de “patriotismo”?

O que se diria de um reitor presidindo reunião do conselho universitário desferisse um único e sonoro PQP? De um CEO de empresa diante dos seus subordinados ou diante do Conselho de Administração se manifestasse naqueles termos? O diabo em pessoa, comandando a reunião dos seus exércitos do mal, não usaria vocabulário tão baixo.

As palavras dos becos, do submundo, não são bem-vindas em nenhuma religião. Não se as pronuncia nas igrejas. Em amplos setores do bolsonarismo – a exemplo da legião de pastores evangélicos que veneravam o ex-presidente -, que supostamente defendem os valores cristãos, no caso de Bolsonaro abrem exceção: ele pode usá-los, qual um profeta de boca suja. Ignoram a bem conhecida lição do Evangelho: “A boca fala do que está cheio o coração”.

Não há grande novidade em Bolsonaro: ele é um homem que se expressa mal e pobremente. O palavrão tem grande serventia para disfarçar a leitura escassa. Com um pouco de conhecimento do vernáculo ele poderia expressar com elegância a sua indignação, o sentimento ferido, a perplexidade. Mas como não existe linguagem elegante em vocabulário pobre, descamba para o teratológico.

O ex-presidente não respeita os seus companheiros de governo, como na reunião, e nenhum outro circunstante. Na verdade, ele não respeita nem a si mesmo. Vejam que em certo momento da reunião fatídica, ele declara textualmente que chegou à presidência por uma “cagada do bem”. Vamos combinar: é uma imagem de péssimo gosto.

O mais inexplicável é que ele expele todo o lixo da língua solta e os seus seguidores parecem não se importar. Me perdoem os seus seguidores: isso não lhes cai bem.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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