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Notícias O dinheiro-vivo que ajudou na tentativa de golpe de Bolsonaro

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Dinheiro enviado por Braga Netto foi entregue em uma embalagem semelhante a um presente de vinho. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um dos momentos mais comprometedores da delação de Mauro Cid, no âmbito da investigação da abolição violenta do estado de direito e tentativa de golpe, é o relato sobre o recebimento de dinheiro no Palácio da Alvorada, ainda em 2022.

O montante foi entregue ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pelo general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa derrotada por Lula, e serviu para ajudar a organizar ações golpistas.

Mauro Cid contou na delação que repassou o valor a Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel assim como o próprio Mauro Cid. O oficial era um dos líderes do grupo radical “kids pretos” e tentava convencer o Alto Comando do Exército a impedir que Lula assumisse a presidência.

“O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada. Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o Rafael Martins de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo lá mesmo no Alvorada”.

Segundo a acusação, o dinheiro foi entregue em uma embalagem semelhante a um presente de vinho. Acabou recebido por Mauro Cid sem qualquer tipo de conferência. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro alega que não sabe o valor do montante e que a caixa estava lacrada.

Além da entrega do dinheiro, a delação de Cid mencionou a reunião de 28 de novembro de 2022, em que oficiais formados no Curso de Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, se reuniram para discutir estratégias.

O grupo era formado por militares considerados mais radicais, dispostos a participar de ações golpistas.

Dinheiro das joias

Mauro Cid relatou que ele e seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, repassaram um total de US$ 86 mil (R$ 489 mil, na atual cotação) a Jair Bolsonaro entre 2022 e 2023, após a venda de joias recebidas pelo então presidente.

Segundo Cid, os relógios Rolex e Patek Philippe foram vendidos por R$ 68 mil e o kit de joias Chopard foi vendido por R$ 18 mil. As duas vendas foram realizadas nos Estados Unidos, em 2022.

Os valores provinham da venda de joias dadas a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita. Só que os presentes pertencem ao Estado brasileiro, não a Bolsonaro.

Cid relatou que, ao viajar aos EUA para negociar parte das peças, retirou do valor final os gastos com passagens e aluguel de carro antes de repassar os fundos ao ex-presidente.

Tanto os US$ 30 mil quanto os US$ 10 mil entregues por Lourena Cid foram passados a Mauro Cid, que os repassou a Bolsonaro. Já os US$ 20 mil foram entregues diretamente a Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro.

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