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O diretor-geral da Polícia Federal se reuniu com o ministro Fachin, do Supremo, para tratar de investigações e da segurança do ministro e de sua família

Fachin, que é relator da Lava-Jato no Supremo, disse sofrer ameaças. (Foto: Agência Brasil)

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Rogério Galloro, se reuniu na tarde desta segunda-feira (30) com o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo informou a assessoria da Corte, o encontro foi pedido por Galloro, que foi ao ministro tratar do reforço ao grupo de trabalho de delegados que trabalham em investigações sobre políticos e autoridades sob condução do ministro, que é relator da Operação Lava-Jato.

Além disso, o diretor também tratou da contribuição da PF para a proteção pessoal do ministro – em entrevista concedida em março, Fachin relatou ameaças e disse estar preocupado com a segurança de sua família.

Na próxima quarta-feira (2), Galloro também vai se reunir no STF com o ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma investigação sobre o presidente Michel Temer que apura suspeitas de propina no setor portuário.

Ameaças

Em março, o ministro Fachin disse que a família dele tem recebido ameaças – e que está preocupado com isso, a ponto de ter pedido providências à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e à Polícia Federal.

“Nos dias atuais uma das preocupações que tenho não é só com julgamentos, mas também com segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros da minha família”, disse, em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila na GloboNews.

O ministro não especificou de quem ou de onde vêm as ameaças, nem as relacionou a nenhum fato concreto.

Em Brasília, deputados federais cobraram investigação. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a PF tem equipes à disposição do STF para investigar as ameaças “inaceitáveis” a Fachin.

Em nota, Cármen Lúcia afirmou que já autorizou o aumento do número de seguranças para escolta permanente do ministro, o que foi confirmado por Fachin na entrevista.

“Algumas providências que solicitei à presidente e à PF por intermédio da delegada que trabalha aqui no tribunal já estão sendo adotadas”, disse. “Nem todos os instrumentos foram agilizados, mas eu efetivamente ando preocupado com isso – e esperando que não troquemos fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema”, continuou o ministro.

Ao comentar como se sentia diante das ameaças, Fachin afirmou: “Fico preocupado, sim, com aqueles que, membros da minha família, não fizeram essa opção [de atuar no Supremo] e poderão eventualmente sofrer algum tipo de consequência. Mas espero que nada disso se passe”.

Três fases

Fachin disse ter passado por três fases diferentes desde que chegou ao Supremo, em junho de 2015.

“Assim que eu adentrei, houve o que pode se chamar, grosso modo, de uma crise política com a questão do impedimento da presidente Dilma, que veio parar no tribunal. Em seguida, houve a verticalização e a judicialização da crise fiscal e financeira dos estados-membros, da qual hoje o mais evidente é o Estado do Rio de Janeiro, mas houve dias em que no meu gabinete cheguei a estar reunido com nove governadores simultaneamente ao ministro da Fazenda, para falar de sistemas. E, depois, chegou a questão criminal com todas as suas vicissitudes, inclusive pessoais.”

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