Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2018
Contagiado pelo pessimismo no cenário externo, o dólar disparou mais de 2% nesta segunda-feira (26) e fechou acima dos R$ 3,90 pela primeira vez em quase dois meses. A Bolsa brasileira se descolou do exterior e fechou em queda.
A alta da moeda americana se deu sobre as principais divisas emergentes, em um movimento de aversão a risco global de investidores. O ciclo se iniciou com a queda expressiva dos preços do petróleo, que na sexta ficou abaixo dos US$ 60 o barril, e agora foi seguido pelo minério de ferro.
Na prática, as matérias-primas sofrem com receio de que a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a onda de protecionismo entre países faça com que a economia global desacelere. Isso diminuiria a demanda por commodities.
Há ainda um movimento típico de final de ano, em que empresas multinacionais com operação no Brasil enviam recursos para matrizes para o fechamento de balanço anual. Essa saída de recursos tradicionalmente faz o dólar se valorizar em dezembro.
O minério perdeu cerca de 10% do valor em uma semana, seguindo a baixa de mais de 30% nos preços do petróleo desde a máxima registrada no começo de outubro.
“Em uma visão de curtíssimo prazo, [as causas da alta do dólar são] essa queda forte nos preços do minério e remessas para o exterior”, acrescenta Rodolfo Margato, economista do Santander.
“Vejo [a alta do dólar] como movimento global. Não era esperada a queda de commodities, como petróleo e minério de ferro. Nossas exportações são baseadas em commodities”, diz Fabrizio Velloni, da Frente Corretora.
Fernanda Consorte, especialista em câmbio da Ouroinvest, considera ainda que a alta é um reflexo da saída de investidores estrangeiros do mercado local durante todo o mês.
“Não tem gringo interessado em Brasil porque as pessoas estão com medo de países emergentes. A gente estava muito inebriado com a questão local e concomitantemente a isso a expectativa global foi piorando”, diz Consorte.
O dólar fechou o dia em alta de 2,48%, a R$ 3,9180. Comparado a uma cesta de 24 divisas emergentes, o real foi a segunda que mais perdeu valor, atrás apenas do peso argentino.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, descolou do exterior e cedeu 0,79%, a 85.546 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,1 bilhões.
As perdas foram lideradas pelos papéis do setor bancário. Vale e as ações preferenciais da Petrobras também terminaram o dia no negativo.
Programação
Está chegando a época em que muita gente programa viagem de férias e, no caso de destinos internacionais, é nesta hora que surgem dúvidas sobre como comprar moeda estrangeira de forma segura e eficiente. Para quem está se preparando para viajar, principalmente os que não se planejaram com maior antecedência, há algumas dicas.
1. Compre aos poucos
Em função da volatilidade, é interessante para quem vai viajar nos próximos meses fazer o parcelamento da sua compra. Por exemplo, se faltam quatro semanas para a data de embarque e a pessoa pretende levar US$ 5 mil, a dica é que compre US$ 1,25 mil por semana. Desta forma, terá uma taxa média neste período, que poderá não ser a melhor taxa, mas, com certeza, também não será a pior.
Isso ajuda a livrar a pessoa da angústia de tentar adivinhar o melhor dia ou momento para comprar o valor que deseja levar para a sua viagem, uma vez que não é possível definir qual seria o momento ideal para a aquisição.
2. Cartão de crédito traz risco maior
Vale a pena dar preferência para o dinheiro e cartão pré-pago. Isso porque com estes dois produtos o cliente tem a certeza de quanto estará custando sua viagem, pois o câmbio é fechado no momento da compra da moeda ou carga no cartão.
3. Escolha a moeda certa
Uma economia importante que muitos brasileiros ainda desconhecem é a prática de sempre levar do Brasil a moeda do país de destino, ou seja, comprar a moeda diretamente contra reais no Brasil. Por exemplo, se a pessoa está indo para o Japão, deve comprar iene, para sair do Brasil com a moeda do Japão.
4. Dinheiro vivo paga menos imposto
Levar dinheiro (papel moeda) para o exterior poderá significar boa economia para quem comprar a moeda estrangeira no Brasil também por conta dos tributos.
5. Não exagere no dinheiro vivo
Importante ainda, segundo consultores financeiros, é lembrar que só é permitido sair do Brasil com R$ 10 mil em espécie sem precisar declarar nada à Receita Federal. Os valores acima desse limite exigem o preenchimento de documentação alfandegária no aeroporto.
6. Faça um mix de formas de pagamento
Vale a pena o viajante fazer uma mescla de seus recursos, levando parte em espécie (papel moeda) e parte em cartão pré-pago.
7. Pesquise antes de comprar
Como em qualquer outro tipo de compra, é importante sempre pesquisar antes de comprar moeda estrangeira, pois existem diferenças nos preços praticados pelas casas de câmbio.