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Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2020
Em um dia em que o real se descolou da maioria das moedas de países emergentes, o dólar subiu, amparado pelo cenário externo adverso e pelas tensões com a política fiscal no Brasil.
Em alta pelo quarto dia seguido, o dólar encerrou a semana com ganho de 2,08%, passando a acumular alta de 0,41% em outubro. Em 2020, a divisa valorizou-se 40,59%.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,642, com valorização de R$ 0,019 (+0,32%). A divisa alternou momentos de alta e de baixa durante a manhã, mas passou a subir no início da tarde, até fechar próxima da máxima do dia.
Nos últimos dias, o mercado financeiro tem passado por momentos de turbulência com o ressurgimento da covid-19 em países da Europa, o que tem levado diversos países do continente a adotar novas medidas de restrição. Nos Estados Unidos, as tensões em relação às eleições presidenciais e o impasse em relação a um novo pacote de estímulos para a maior economia do planeta.
Nesta sexta, a farmacêutica Pfizer informou que pode pedir aprovação do governo norte-americano para o uso emergencial de sua vacina em novembro. As vendas no varejo nos Estados Unidos, que subiram mais que o esperado em setembro, animando os mercados internacionais e fazendo o dólar cair contra quase todas as moedas do planeta.
Bolsa de Valores
O Ibovespa perdeu a carona do dia majoritariamente positivo na Europa e em Nova York, que fechou majoritariamente em alta após cair por três sessões seguidas.
Na B3, mesmo com o estrangeiro de volta às compras até o dia 14 de outubro, acabou por prevalecer nesta sexta temores sobre a situação fiscal, que desperta a atenção do mercado para os vencimentos do Tesouro no primeiro quadrimestre de 2021 – a percepção começa a ser de que o Banco Central precisará elevar os juros para atrair interesse ao financiamento da dívida.
“Seria interessante se o Copom [Comitê de Política Monetária], na próxima reunião, desse sinal sobre a possibilidade de aumento da Selic, apesar da tranquilidade que tem mostrado sobre a inflação. A sinalização contribuiria para acalmar o mercado e melhorar as condições para os vencimentos do primeiro trimestre, de R$ 640 bilhões. A taxa de juros para janeiro de 2022 estava hoje em 3,4% ou 3,5%. Esta Selic a 2% não está servindo para muita coisa”, diz Marcelo Serrano, sócio-gestor da União Investimentos. “O mercado tem exigido prazos mais curtos e taxas maiores do governo, que tem sido obrigado a pagar mais, inclusive nas prefixadas.”
Nesta sexta na B3, a reação positiva ao balanço da CSN na inauguração da temporada do terceiro trimestre, que levou a companhia a fechar com alta de 0,41%, colocou o setor de siderurgia entre os destaques pelo segundo dia. Hoje, Usiminas subiu 4,33%, mais uma vez em contraponto ao desempenho ruim de commodities, com as quedas de 2,48% e 2,13% de Petrobras ON e PN, em um dia de queda para o petróleo no exterior.
O setor financeiro também decepcionou, com as quedas de 3,12% e 2,66% de Santander e Bradesco ON. Na ponta do Ibovespa, Braskem subiu hoje 5,58%, seguida por Suzano, com 4,61%, ambas apoiadas pela alta da moeda. No lado oposto, penalizadas pela falta de uma certeza sobre o retorno das aulas devido a pandemia, Cogna caiu 4,17%, à frente de Yduqs, com 3,30%. Com os resultados de hoje, a Bolsa encerra a semana com ganho de 0,85% e acumula alta de 3,92% no mês. No ano, ainda cede 14,99%.