Armando Burd O EQUÍVOCO DA PERMISSIVIDADE
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O projeto que proíbe a liberação do consumo de drogas, de autoria do deputado federal Osmar Terra e já aprovado na Câmara, está no Senado com o relator Lasier Martins. Toda a vez que o assunto entra em debate, é preciso mostrar os dados do Mapa da Violência 2014 e de pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público. Eles identificam que as drogas são a maior causa do abandono na infância, que triplicou nos últimos anos. Atualmente, 80 por cento dos 46 mil casos de encaminhamento de crianças e adolescentes para instituições de acolhimento estão relacionados a vícios dos pais. Torna-se uma calamidade pública quando se tem noção do que representa a ausência de vínculos familiares. A saúde mental é profundamente afetada, porque ficam privados das condições necessárias para o desenvolvimento. Poucos superam o trauma e deixam o estágio de abandono. A violência silenciosa condena à exclusão porque lhes falta a proteção dos pais.
Sob argumento de que é preciso acabar com o traficante, alguns pregam a liberação das drogas. Não passa de um grande equívoco. O combate deve se concentrar no consumo, se quisermos imaginar uma sociedade melhor no futuro.
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