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Armando Burd O erro de um governador novato e apressadinho

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Policiais e promotores não explicaram o motivo da inclusão do nome do governador no inquérito, que corre sob sigilo. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, marinheiro de primeira viagem em cargo político, acaba de provocar um estrago. Esta semana, foi a Brasília e anunciou que seu Estado não poderá retomar o pagamento das parcelas da dívida com União em 2023, como prevê o acordo do reajuste fiscal assinado em 2017. O valor total chega a 118 bilhões de reais. Witzel despreza o tempo que tem pela frente para corrigir absurdos administrativos e financeiros.

Especialista em fazer trapalhada

A confissão de Witzel reforça a tese de tecnocratas do Ministério da Economia. Eles consideram que os governos estaduais com dificuldades financeiras são incompetentes e irresponsáveis para cumprir compromissos. O que o neófito fez com tanta antecedência vai atrapalhar outros governadores, entre os quais o do Rio Grande do Sul, que vão com frequência à capital federal na tentativa de renegociar dívidas.

Setor privado não é o obstáculo

Toda a vez que o aumento do salário mínimo entra em pauta, prefeituras vêm na contramão para dizer que não poderão suportar. Funciona sempre como freio à eventual pretensão do governo federal de fixar reajuste maior. Acabam prejudicados os que trabalham na iniciativa privada.

Não dorme

A Federação das Indústrias de São Paulo é disparada a entidade empresarial que mais fiscaliza o setor público e obtém vantagens. Há muitos anos, usa o princípio: lobby é como torcida de futebol que faz barulho, xinga o juiz e, às vezes, influencia o jogo.”

Dúvida

A sessão plenária de ontem na Assembleia Legislativa repetiu o que ocorreu às quintas-feiras em 2019: poucos deputados, pronunciamentos rápidos e encerramento. A mesa diretora vai considerar se vale a pena mantê-la.

Sem fôlego

A Confederação Nacional dos Municípios anunciou ontem que o impacto de mais 47 reais no salário mínimo, este ano, irá a 2 bilhões e 164 milhões de reais nas prefeituras, que têm mais de 3 milhões de empregados com remuneração nesse nível. Reforça-se a tese do ministro da Economia, Paulo Guedes: prefeituras indigentes precisam se vincular a outras em melhores condições financeiras. Todos ganharão.

Estilo conhecido

Nove entre cada dez contadores reclamam da capacidade da burocracia estatal de criar dificuldades para empresas e pessoas físicas. Os que ficam uma semana sem se atualizar sobre leis, portarias e circulares passam a correr riscos.

O governo federal, aos poucos, começa a voar menos. Porém, estados e municípios parecem perguntar: por que facilitar se é possível complicar?

Há 30 anos

A 7 de fevereiro de 1990, houve a supressão do artigo 6 da Constituição da União Soviética, que fixava o princípio do partido único. A decisão foi tomada após três dias de debates do Comitê Central do Partido Comunista, que tinha 11 milhões e 900 mil filiados. Por muitos anos, a escolha foi entre assinar a ficha ou passar uma temporada na Sibéria.

Começava a queda da ditadura imposta em 1918.

Erro de cálculo

O manual da cúpula soviética previa: as leis históricas determinavam que todo o mundo cairia sob seu domínio.

Um resistente

O poeta Joseph Brodski, Prêmio Nobel em 1987, nasceu na Rússia. Cansado das perseguições e antes de fugir para os Estados Unidos, onde se naturalizou, escreveu: “Súdito destes tempos de segunda ordem, orgulhosamente admito que minhas melhores ideias são de segunda ordem. E possa o futuro tomá-las como troféu da minha luta contra a sufocação.”

Virada

A Polônia foi o primeiro país do bloco soviético a realizar a revolução democrática que, em 1989, marcou o fim do comunismo. Após a vitória do Solidariedade nas eleições, um grande acordo levou o partido-sindicato ao poder.

O que buscam

A lamentável lição da maioria dos partidos: ser governo não é ter ideias afins, mas cargos, cargos e mais cargos.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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