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Brasil O ex-executivo da JBS/Friboi Ricardo Saud está preso na mesma ala de pessoas que ele delatou à Operação Lava-Jato

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Saud foi preso por omitir informações em seu acordo de colaboração premiada. (Foto: Reprodução)

Após a conversão da prisão temporária em preventiva – determinada na noite de quinta-feira pelo ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), na tarde dessa sexta-feira o ex-executivo do grupo JBS/Friboi Ricardo Saud foi transferido da carceragem da sede da PF (Polícia Federal) em Brasília para uma cela do complexo penitenciário da Papuda, nos arredores da capital federal.

A defesa do delator, no entanto, afirmou ter recebido com apreensão a notícia da transferência. Na avaliação do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o “Kakay”, seu cliente foi para uma ala onde só estão detidos os acusados na Operação Lava-Jato. E com um detalhe, no mínimo, curioso: ao menos seis deles foram delatados pelo próprio Saud.

“O senhor Ricardo Saud vai para essa área específica da Papuda, mas ali há seis pessoas que ele citou em seu acordo de colaboração premiada”, ressaltou o defensor. “Dessa forma, ainda que ele esteja em um lugar que conta com um esquema especial de proteção, nós temos uma preocupação muito grande com a sua segurança.”

Saud se entregou à PF na última segunda-feira, após Fachin decretar a prisão dele e de Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS/Friboi, por omitirem informações importantes aos investigadores do MPF (Ministério Público Federal) em seus acordo de colaboração premiada.

De acordo com informações da imprensa no Distrito Federal, Almeida Castro ponderou que o local para onde o cliente foi transferido é, “sem dúvida nenhuma”, a melhor opção de encarceramento para Saud em Brasília. O problema seria a proximidade com denunciados que podem ter interesse em algum tipo de retaliação.

“Inclusive uma dessas pessoas teria, em determinado momento, jurado de morte o Ricardo Saud. Então são preocupações da defesa que se justificam”, argumentou o advogado. Almeida Castro, no entanto, fez questão de manifestar confiança na experiência da Polícia Federal para tratar esse tipo de caso.

“Trata-se de uma decisão da PF e que nós simplesmente acatamos”, declarou. “Eu confio na corporação, acho que ela tem competência e expertise para saber o que é melhor, até porque a responsabilidade com a segurança deles é uma de suas atribuições.” Ele informou que até o momento não fez qualquer pedido às autoridades em razão de seu temor.

Joesley

Inicialmente as prisões de Saud e Joesley era temporárias (com prazo de cinco dias), mas foram convertidas em preventivas (sem prazo definido), a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Mesmo já detido desde o fim de semana, Joesley também foi alvo de um novo mandado de prisão na quarta-feira expedido pela Justiça Federal de São Paulo, como parte da investigação sobre o uso de informação privilegiada, em uma ação que resultou também na prisão de seu irmão Wesley Batista, presidente do conglomerado empresarial.

tags: segurança

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