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Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2018
O ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz morreu nesta quinta-feira (27), aos 82 anos, após um choque séptico decorrente de complicações de uma infecção pulmonar. A informação foi confirmada pela família e pelos médicos. Roriz estava internado no Hospital Brasília desde 24 de agosto, após sofrer um quadro de pneumonia e febre.
Na quarta-feira (26), o quadro clínico do ex-governador piorou. Segundo familiares, ele sofreu um infarto à tarde e duas paradas cardíacas e respiratórias no fim da noite, além de enfrentar um quadro infeccioso. Nas primeiras horas da noite, um padre foi chamado para ministrar a extrema-unção, ligada à tradição católica.
Nos últimos anos, Roriz lidava com diversas doenças crônicas como diabetes, mal de Alzheimer, demência, hipertensão e insuficiência renal. Ele deixou a mulher, Weslian, três filhas – Jaqueline, Liliane e Wesliane – e quatro netos.
Roriz nasceu em 4 de agosto de 1936, em Luziânia (GO), e iniciou a carreira política na cidade goiana, onde foi vereador. Antes de iniciar a vida em Brasília, foi eleito deputado estadual (1978), deputado federal (1982) e vice-governador do Estado de Goiás (1986). De 1987 a 1988, foi prefeito da capital Goiânia, como interventor.
No mesmo dia em que deixou a prefeitura de Goiânia, em 17 de outubro de 1988, Roriz se tornou governador do Distrito Federal, indicado pelo então presidente do país, José Sarney. Na época, o DF não tinha o direito de eleger seu governador pelo voto direto.
Ele permaneceu no cargo até março de 1990, quando assumiu o Ministério da Agricultura nas duas primeiras semanas do governo de Fernando Collor. Nos quase 18 meses em que foi governador biônico do DF, ele foi acusado pelos adversários políticos de ter distribuído lotes a eleitores, já de olho na disputa direta pelo cargo em outubro de 1990.
Roriz voltou ao Palácio do Buriti em março de 1991 – desta vez, como o primeiro governador eleito da nova capital. A vice na chapa era Márcia Kubitschek, filha de Juscelino. O político também foi eleito governador do Distrito Federal nas eleições de 1998 e 2002. Nesse período, inaugurou a primeira linha de metrô da capital federal e a Ponte JK, um dos principais cartões postais da cidade.
Saúde
O quadro de saúde de Roriz era considerado grave há pelo menos um ano. Em agosto de 2017, o ex-governador amputou dois dedos do pé e, dias depois, a perna direita na altura do joelho. O procedimento foi motivado por complicações do diabetes, descoberto há 30 anos.
Roriz também sofria de insuficiência renal, que o obrigava a fazer hemodiálise todo dia, em casa. Nos últimos meses, o político era levado mensalmente a hospitais particulares do Lago Sul, para exames e monitoramento das funções vitais.
Importância política
Em 2015, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) – antigo opositor político – prestou homenagem a Roriz, a quem chamou de “governador que mais marcou a vida de Brasília”. Naquele momento, Roriz já estava em uma cadeira rodas e, em razão da saúde frágil, fez apenas um breve discurso ao receber o título de cidadão honorário de Brasília.
“Eu me sinto muito emocionado quando vejo essa casa, construída em homenagem a JK, cheia de gente. A emoção de me tornar cidadão de Brasília, essa cidade que me acolheu e que me permitiu viver os melhores momentos da minha vida. Não tenho muito o que falar. O que consegui realizar, os amigos que fiz ao longo dos anos, falam por mim”, disse Roriz, amparado por aliados históricos.