Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2018
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi condenado nesta terça-feira (11) pelo juiz Marcelo Bretas a mais 47 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva. Essa é a sétima sentença contra o ex-governador, cujas penas já somam 170 anos e 8 meses. Além do emedebista, outras sete pessoas foram condenadas.
O processo apurou o pagamento de propina da Carioca Engenharia. Executivos da empreiteira apontaram a prática de crimes em importantes obras realizadas com recursos federais, inclusive provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento, no Estado do Rio de Janeiro (Arco Metropolitano, PAC Favelas e Linha 4 do Metrô). Em delação, o dono da Carioca, Ricardo Pernambuco Junior, mencionou que o percentual de 5% de propina sobre o valor dos contratos firmados pela empreiteira foi fixado pelo ex-secretário Wilson Carlos, mas que esse nunca conseguiu cumpri-lo totalmente. Por esse motivo, houve cobrança direta de Cabral.
Essa foi a maior pena de Cabral na Lava-Jato até agora. Até então, a mais alta era da Operação Calicute, em que ele foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão.
“Sérgio Cabral mercantilizou da forma repugnante a funções públicas que lhe foram outorgadas por meio de uma quantidade expressiva de votos pelos eleitores cariocas, que foram traídos e abandonados à própria sorte em um Estado em que a corrupção se espraiou por todos os órgãos da administração estadual”, escreveu o juiz na sentença.
Além de Cabral, foram condenados os ex-secretários de Governo Wilson Carlos (21 anos e 8 meses de reclusão) e de Obras Hudson Braga (10 anos). Um dos operadores do ex-governador Luiz Carlos Bezerra colaborou com as investigações e recebeu pena de 5 anos e seis meses.
O ex-diretor da RioTrilhos Heitor Lopes de Sousa Junior foi condenado a 10 anos e 2 meses, o ex-assessor da Secretaria de Obras do Rio Wagner Jordão Garcia, a 4 anos, mesma pena recebida por José Orlando Rabelo, apontado como operador de Hudson Braga.
O advogado Rodrigo Roca, que defende Cabral, disse que vai recorrer da sentença:
“As sentenças da 7 ª Vara Federal em face do ex-Governador, já não chocam apenas pelas condenações em série, mas por sua inusitada matemática e disparidade de critérios com relação a outras condenações em processos idênticos”, disse o advogado em nota.