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Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2017
O ex-presidente da Câmara Federal e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) retornou nesta terça-feira (21) ao Paraná. O avião em que ele estava pousou no aeroporto Afonso Pena pouco antes das 10h.
O político – condenado a 15 anos e quatro meses de prisão na Operação Lava-Jato – estava desde o dia 15 de setembro no Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Nesses dois meses em Brasília, Cunha ficou aguardando a audiência em que foi ouvido pela Justiça Federal, em um processo a que responde sobre um suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do FI-FGTS (Fundo de Investimentos do FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.
Transferência negada
Na segunda-feira (20), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância, negou mais uma vez o pedido de Cunha para ser transferido para Brasília ou para o Rio de Janeiro. “Não é conveniente a transferência definitiva do condenado para Brasília ou para o Rio de Janeiro, considerando o modus operandi da prática de crimes pelo condenado, com utilização de sua influência política para obtenção de vantagem indevida mediante corrupção”, diz o despacho.
Sendo assim, o deputado cassado deve continuar preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O peemedebista também responde a um processo no Distrito Federal, referente à Operação Sépsis.
Condenação na Lava-Jato
Eduardo Cunha foi condenado no âmbito da Lava-Jato a 15 anos e quatro meses de reclusão. Ele foi preso em outubro de 2016, antes da condenação. A sentença foi proferida pelo juiz Sérgio Moro em março deste ano. Na denúncia oferecida à Justiça Federal, o Ministério Público Federal acusou Cunha de receber propina em um contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na África.
Documentos
Documentos produzidos a pedido do Ministério Público Federal contradizem a versão do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha sobre repasses feitos a empresas ligadas a ele pela Gol Linhas Aéreas. Pesquisas conduzidas em bancos de dados digitais não encontraram evidências de que as peças supostamente contratadas pela Gol foram veiculadas no site “feemjesus”, ligado ao ex-parlamentar.
A defesa de Cunha contesta o resultado das pesquisas e diz que as peças foram, sim, veiculadas. Em outubro de 2016, a força-tarefa da Operação Lava-Jato revelou que duas empresas ligadas ao ex-presidente da Câmara receberam em torno de 3 milhões de reais de empresas da família que controla a Gol Linhas Aéreas.
Segundo os procuradores, o dinheiro teria sido repassado em forma de contratos de publicidade com as empresas GDAV e Jesus.com, que tinham entre seus sócios Cunha, sua mulher, Cláudia Cruz, e os filhos do ex-parlamentar Danielle Cunha e Felipe Cunha.