Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2017
O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, disse que a empreiteira pagou mais de 1 milhão de reais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por cinco palestras no exterior, ao preço de 200 mil reais por evento. No interrogatório a que foi submetido na semana passada pelo juiz federal Sérgio Moro, na semana passada, Pinheiro também forneceu detalhes até então desconhecidos pela Operação Lava-Jato sobre o triplex na praia do Guarujá (SP) cuja propriedade a força-tarefa atribui ao líder petista.
“A relação com o ex-presidente era minha, a relação com o Paulo Okamotto [presidente do Instituto Lula] era minha. Estive com o Okamotto e com o João Vaccari [ex-tesoureiro do PT, preso pela Lava-Jato desde abril de 2015] e falamos sobre como operacionalizaríamos isso, mas a reforma já havia sido feita”, declarou o executivo em sua delação premiada.
Pinheiro disse, ainda, que alertou o ex-tesoureiro do PT sobre os riscos envolvidos. “Avisei ao João Vaccari que eu não poderia continuar, era um investimento muito alto”, relatou. “Para se ter uma ideia e esclarecer um pouco mais o que estou dizendo, digo que o lucro daquele empreendimento praticamente estava indo embora na reforma que estava fazendo em um apartamento só, então tinha que ser dada uma solução.”
Neste trecho do depoimento, o ex-presidente da OAS apontou a origem dos recursos que, segundo ele, a empreiteira investiu na reforma do triplex. O dinheiro teria vindo de obras da empresa com a Petrobras no âmbito da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, primeiro grande contrato da estatal em que a Lava-Jato apontou irregularidades.