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Esporte O ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell é absolvido em um caso que envolvia a Confederação Brasileira de Futebol

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O ex-presidente do FC Barcelona, ​​Sandro Rosell, assiste à primeira audiência em seu julgamento em Madri. (Foto: Reprodução)

A Audiência Nacional da Espanha anunciou nesta quarta-feira (24) a absolvição do ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell das acusações dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa em um caso que envolvia a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Rosell era acusado de receber comissões ilegais na negociação com a CBF da venda dos direitos de televisão de 24 amistosos da seleção brasileira para um grupo da Arábia Saudita.

De acordo com investigadores, mais de 15 milhões de euros (R$ 67 milhões em valores atualizados) foram divididos pelo catalão e por Ricardo Teixeira, ex-presidente da entidade.

Segundo a acusação, a ISE, empresa que adquiriu os direitos dos amistosos, assinou contrato pelo qual pagava 8,3 milhões de euros para a empresa Uptrends por serviços de intermediação. Rosell era um dos sócios dela. O dinheiro teria sido escondido em contas em Andorra e no Qatar.

Rosell cumpriu 21 meses de prisão preventiva pela acusação e, depois de julgamento realizado em fevereiro e março deste ano, teve o pedido de prisão por parte do Ministério Público da Espanha diminuído de 11 para seis anos.

O ex-dirigente estava em liberdade condicional desde fevereiro. Porém, em decisão anunciada nesta quarta (24), o tribunal informou que os crimes não foram provados e, nesse caso, deveria prevalecer o princípio “in dubio pro reo”, que significa quem em caso de dúvida o réu deve ser considerado inocente.

No acórdão, os magistrados disseram ser “razoável” que a polícia iniciasse uma investigação sobre Rosell diante das denúncias de recebimento de subornos e de provas de movimentos de capitais suspeitos.

As hipóteses de lavagem de dinheiro e organização criminosa também foram classificadas como razoáveis, mas eles consideraram que no julgamento a defesa levantou “dúvidas” ao tribunal “que devem ser resolvidas em favor da absolvição”.

Rosell renunicou à presidência do Barcelona em 2014, após ser acusado de fraude fiscal na contratação de Neymar pelo clube catalão. O dirigente, no entanto, acabou inocentado após um acordo entre a diretoria do Barça e a Justiça

Entenda a relação entre Rosell e Teixeira

Apontado como sócio oculto de Teixeira, o ex-presidente do Barcelona repassou pelo menos R$ 23,8 milhões ao cartola mineiro e seus familiares. A maior parte foi embolsada no final do último mandato de Teixeira, em março de 2012.

No ano anterior, Rosell chegou a depositar R$ 3,8 milhões na conta de uma filha do brasileiro, que tinha 11 anos.

No mesmo ano, uma empresa do catalão pagou R$ 2,8 milhões pela parte da W Trade Brasil Importação e Exportação, em duas salas num shopping sofisticado no Leblon, zona sul do Rio.

A W Trade era registrada em nome da mulher do cartola brasileiro na época. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a empresa tinha feito apenas uma operação de exportação.

O ex-presidente do Barcelona começou sua amizade com Teixeira no final dos anos 1990, quando se mudou para o Brasil como executivo da Nike, empresa que patrocinava a seleção.

Após a Copa de 2002, Rosell deixou a multinacional e se tornou parceiro da CBF.

O catalão fundou a Brasil 100% Marketing, empresa que promovia os amistosos da seleção. Ele ainda criou a Ailanto, outra empresa montada para realizar um jogo da seleção em 2008 em Brasília.

O trânsito com a CBF o ajudou inclusive a ocupar o cargo que sempre sonhou ter: o de presidente do Barcelona.

Na campanha para chegar ao poder, ele se jactava da influência que tinha no Brasil. Sua mensagem sempre foi de que com isso conseguiria levar os melhores jogadores do país para o clube catalão. Foi assim com Ronaldinho Gaúcho e, depois, com Neymar.

Em livro publicado na Espanha em 2009, “Bienvenido al Mundo Real”, Rosell conta mais sobre sua relação com os brasileiros. Ele dedica um parágrafo à CPI da Nike e outro ao Mundial de 2002.

Entre outras coisas, afirma que após ter conseguido ajudar o então presidente da CBF Ricardo Teixeira a escapar da CPI foi chamado para ser seu padrinho de casamento.

Sobre a campanha de 2002, se vangloria de ter feito a intermediação entre Teixeira e Luiz Felipe Scolari para que o técnico gaúcho assumisse a seleção brasileira.

Segundo o ex-presidente do Barcelona, Felipão havia rejeitado um convite da CBF, mas após conversa com Rosell aceitou se encontrar com Ricardo Teixeira.

Em outro trecho, conta que organizou uma escapada da concentração com o jogadores da seleção na Coreia do Sul, e que serviu de cupido entre um então centroavante “que foi destaque na Copa” com uma moça na festa.

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