O presidente Jair Bolsonaro disse que o Exército vai entrar em meio expediente porque não há recursos nem para bancar despesas para a alimentação dos militares. A declaração foi dada na sexta-feira (16) de manhã, após a participação em uma cerimônia no Palácio do Planalto sobre o Dia Internacional da Juventude.
“O Exército vai entrar em meio expediente, porque não tem comida para dar para o recruta, que é o filho de pobre. A situação que nós encontramos é grave. Não há maldade da minha parte. Não tem dinheiro, só isso, mais nada”, lamentou.
O presidente disse, ainda, que os ministros estão “apavorados” com a escassez de verba. Mas disse que tem conversado com a equipe econômica para verificar o que é possível fazer para “sobreviver” no ano de 2019. “O Brasil todo está sem dinheiro. Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Os ministros estão apavorados, estamos aqui tentando sobreviver no corrente ano. Não tem dinheiro”, completou.
Por nota, o Ministério da Defesa informou que ainda trabalha com a possibilidade de liberação dos recursos contingenciados. Mas estuda alternativas caso o bloqueio se prolongue.
Liberação de recursos contingenciados
As declarações foram dadas após o presidente ser questionado sobre o problema de orçamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Mais de 80 mil bolsas deixariam de ser pagas em setembro por falta de recursos, disse o presidente da instituição, João Luiz Filgueiras de Azevedo.
Em julho, o CNPq, principal instituição federal financiadora de pesquisas no país juntamente com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), suspendeu a seleção de bolsistas no Brasil e no exterior até o fim de setembro, à espera de crédito. Na explicação, o órgão informou que possui um déficit de R$ 300 milhões no orçamento deste ano e que buscava um crédito suplementar para sanar o rombo.
Na quinta-feira (15), Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, disse que o problema está sendo resolvido. Segundo ele, Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, teria dado a palavra de que haveria uma solução para o caso com a garantia de recursos. Contudo, não deu detalhes sobre como isso ocorreria.