Os usuários do Facebook podem estar cada vez mais próximos de ter a sua disposição o botão “descurtir”. Isso porque a rede social criou uma nova ferramenta para avaliar o teor dos comentários nos Estados Unidos, o que seria mais um teste para evitar a propagação de notícias falsas na rede social. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
O botão “downvote” (algo como “desaprovar”, em inglês) apareceu para 5% dos usuários do aplicativo Android no Facebook na última quinta-feira (8), disse a empresa ao site de notícias norte-americano Business Insider.
A nova ferramenta aparece ao lado das opções de curtir e responder, embaixo dos comentários feitos em publicações. O botão, segundo a empresa, ajudará a rede social a avaliar se determinados comentários são inadequados, mas não irá interferir no que os usuários verão em seu feed de notícias.
Segundo a publicação, quem usou a ferramenta disse que após clicar em “downvote”, aparece uma lista de opções para classificar o que motivou a escolha pelo botão. O usuário pode considerar os comentários como “ofensivo” ou “enganador”, por exemplo.
Apesar dos usuários alegarem que o novo botão funciona de forma semelhante a tão aguardada opção de “descurtir”, a rede social disse que a intenção não é essa.
“Não estamos testando um botão de descurtir. Nós estamos explorando um recurso para as pessoas nos enviarem percepções sobre comentários em publicações públicas. Isso está sendo executado por um pequeno grupo de pessoas nos EUA apenas”, disse um porta-voz do Facebook ao site.
Estratégia
A nova ferramenta aparece como mais uma tentativa da rede social combater o compartilhamento de notícias falsas pelos usuários. Em janeiro, o Facebook anunciou mudanças no algoritmo da rede social fazendo com que diminuísse a aparição de reportagens no feed de notícias dos usuários, o início de uma série de mudanças na rede social.
Uma semana depois, a empresa anunciou que iria escolher uma parte dos seus bilhões de usuários para votar nos veículos de comunicação nos quais eles confiam. Os dados criariam uma espécie de “ranking de confiança” que ajudará o algoritmo a escolher quais notícias deve exibir na linha do tempo dos usuários.
Programa
O Facebook lançou um programa de liderança de comunidades na sexta-feira que vai conceder prêmios totais de 10 milhões de dólares a mais de 100 pessoas que criaram grupos na rede social, como parte de seu esforço para criar interações “significativas”. A informação é da agência de notícias Reuters.
A iniciativa, anunciada na Cúpula das Comunidades do Facebook em Londres, dará a cinco pessoas com histórico de criação de grupos até 1 milhão de dólares para financiar um projeto, disse Jennifer Dulski, do Facebook.
Outros 100 líderes em todo o mundo receberão 50 mil dólares cada, disse ela em uma entrevista.
“Estamos em busca de comunidades que proporcionem significado às pessoas que estão nelas, estamos buscando iniciativas que gerem impacto positivo e estamos à procura de comunidades que tenham componentes tanto online como off-line”, disse Dulski, chefe de grupos e comunidade do Facebook.
O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em junho passado que a nova missão da empresa era “aproximar o mundo”, e estabeleceu o objetivo de ajudar 1 bilhão de pessoas a se juntar à “comunidades significativas” construídas em torno de passatempos, vizinhos, igrejas, animais de estimação e similares.
O foco em grupos veio depois que a rede social, que possui 1,4 bilhão de usuários ativos diários, foi criticada por seu papel na distribuição das chamadas notícias falsas.