Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2018
O Facebook pode ter firmado um acordo com a FCC (Federal Communications Commisions), segundo documento do próprio órgão, para o desenvolvimento de um satélite experimental de telecomunicações. O projeto pode estar em andamento com a empresa PointView Tech, e o satélite, batizado de Athena, tem potência para fornecer dados de forma 10 vezes mais rápida que o primeiro satélite da SpaceX, o Starlink, lançado em fevereiro.
Athena deve entrar em órbita baixa em 2019 com a ajuda de um foguete Vega, da Arianespace, e pode pesar aproximadamente 150 quilos, sendo o mesmo peso dos satélites das concorrentes SpaceX e OneWeb. O projeto do Facebook vai usar sinais de rádio de alta frequência para que as taxas de dados enviadas sejam ainda mais rápidas. A expectativa é que ele utilize o sistema e-band e consiga fornecer até 10 gigabits por segundo.
Segundo o documento da FCC, a PointView está tentando descobrir se o sistema e-band poderá ser usado para fornecer internet fixa e móvel em áreas não beneficiadas com sinal de internet. A PointView é uma subsidiária do Facebook que ainda está em seus passos iniciais. Ela foi fundada no ano passado para que os planos da rede social em relação ao espaço fiquem em segredo.
Brasil
Um ano após ter sido lançado ao espaço, o primeiro satélite integralmente controlado pelo Brasil foi usado para levar banda larga a menos de 0,1% dos locais planejados inicialmente, devido a uma briga judicial que envolve a Telebras e empresas de telecomunicações e já foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal).
O SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) completou aniversário de um ano da decolagem no dia 4 de maio, após consumir R$ 2,78 bilhões em investimentos. Parceria entre o Ministério da Defesa e a Telebras, o SGDC tem seu uso compartilhado entre militares e civis. O Exército usa 30% da capacidade do equipamento para conectar suas instalações, como postos da fronteira. Já empresa de capital misto usa o restante para fornecer conexão contratada por diversos órgãos do governo federal.
O negócio foi modelado para que a Telebras contratasse uma empresa para instalar a infraestrutura de rede em todo o Brasil. Em contrapartida, ela poderia explorar a capacidade não utilizada para ofertar seus próprios serviços de banda larga.
Prejuízo de R$ 100 milhões
Após manter um processo de chamamento público aberto por oito meses e não encontrar interessados, a Telebras passou a receber propostas privadas. No começo do ano, escolheu a norte-americana Viasat, que até então não atuava no País.
“Com o contrato assinado, a gente começou a ativar os primeiros pontos. Tínhamos 500 pontos para ativar em abril. Conseguimos fazer 4”, afirmou o presidente da Telebras, Jarbas Valente. São um ponto de fronteira e três escolas, uma delas localizada na cidade de Paracaima, em Roraima, a porta de entrada dos imigrantes venezuelanos. Ele afirma que, desde então, o prejuízo já chegou a R$ 100 milhões. Como em maio, a previsão era levar conexão a outros 1 mil pontos, as perdas passam a ser de R$ 800 mil por dia.
Esses são pontos de acesso previstos pelo Programa Nacional de Banda Larga, carro-chefe do governo federal para levar conexão de internet a regiões isoladas. A Telebras deveria instalar 8 mil postos até o fim do ano e 15 mil até março de 2019. A Viasat, no entanto, foi impedida de fechar novos contratos por uma decisão judicial. No fim de março, a empresa Via Direta Telecomunicações conseguiu na Justiça do Amazonas uma liminar para suspender o acordo entre Telebras e Viasat.
A companhia amazonense disse que foi preterida do processo depois de iniciar as negociações para operar parte da capacidade do satélite. Também lançou dúvidas sobre a soberania do Brasil, já que uma empresa estrangeira operaria um satélite que também atendia o Exército brasileiro.