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O Facebook será investigado no Brasil por suspeita de vazamento de dados

Rede social disponibilizou ferramenta para controlar tempo gasto. (Foto: Reprodução)

O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) abriu na segunda-feira (1º) um inquérito para investigar a suspeita de vazamento de dados pessoais de brasileiros no Facebook. Na última sexta (28), a rede social admitiu que uma falha de segurança permitiu o roubo de informações de 50 milhões de pessoas cadastradas.

A plataforma explicou que uma mudança de código abriu brecha para o ataque hacker. A alteração foi realizada na ferramenta de upload de vídeo em julho de 2017, impactando a aba “Ver Como” – a funcionalidade permite que os usuários visualizem o próprio perfil como se fossem os demais membros da rede social.

O promotor de Justiça Frederico Meinberg Ceroy, coordenador da Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do MPDFT, destacou que o novo incidente de segurança aconteceu a menos de dez dias do primeiro turno da eleição presidencial brasileira.

Ainda de acordo com o documento, o ataque hacker pode ter exposto dados como nome, sexo e cidade dos usuários.

O órgão também é responsável pela investigação no Brasil do compartilhamento de dados do Facebook com a Cambridge Analytica. A consultoria obteve informações de 87 milhões de usuários – 443 mil deles brasileiros – para ajudar o presidente americano Donald Trump a vencer as eleições de 2016.

Procurado, o Facebook afirmou que ainda não foi notificado pelo Ministério Público do Distrito Federal. “Estamos à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades sobre o ocorrido. O Facebook está levando isso muito a sério e adotou ações imediatas para proteger a segurança das pessoas.”

Ciberataques

O Brasil lidera o ranking de países que mais sofrem ataques de phishing – quando o usuário recebe e-mails fraudulentos para roubo de informações – na América Latina, segundo levantamento da Kaspersky. O País é o terceiro em ataques cibernéticos na região (64,4%), atrás apenas da Venezuela (70,4%) e Bolívia (66,3%).

“No ano passado, o Brasil também esteve entre os vinte países mais atacados. Isso se deve, em grande parte, ao fato de os cibercriminosos usarem e-mail, mensagens SMS, telefonemas, anúncios de mídia social, com nomes de empresas conhecidas – o que significa que os usuários não desconfiam dessas mensagens”, diz Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab.

O também Brasil continua liderando no quesito hospedagem de sites maliciosos. Segundo a empresa de segurança de dados, 50% dos hosts (equipamentos conectados à rede) da região usados em ataques contra usuários de todo o mundo estão localizados no Brasil.

De acordo com dados apresentados pela Kaspersky na 8ª Conferência de Analistas de Segurança para a América Latina, a região registrou mais de 746 mil ataques de malware (softwares maliciosos) diários nos últimos doze meses – uma média de nove por segundo.

A empresa afirma que a maioria desses ataques ocorre enquanto o usuário navega, faz download de arquivos ou recebe anexos de e-mail enganosos.

O problema afeta mais usuários domésticos do que empresas. Nos ataques contra empresas, eles ocorrem principalmente por e-mail (60%) e vetores off-line (43%), como USBs contaminados, pirataria de software e outros meios que não exijam o uso obrigatório da internet. Também foi significativa a ocorrência de ataques contra dispositivos móveis: um aumento de 31,3% nos últimos doze meses na América Latina. A maioria das ameaças detectadas foi projetada para infectar aparelhos que utilizam a plataforma Android, segundo a Kaspersky.

 

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