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O fator que pode acelerar o desembarque do partido União Brasil do governo Lula

Se a federação com o PP avançar, lideranças do União admitem que a chance da legenda desembarcar do governo Lula “cresce consideravelmente”. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A cúpula do União Brasil está otimista sobre o avanço da federação com o PP (Partido Progressistas). Os relatos de aliados do presidente da legenda, Antonio Rueda, é que a reunião que ele teve com o senador Ciro Nogueira, do PP, na quarta-feira, foi “o melhor possível” e que o negócio estaria praticamente fechado.

Ciro Nogueira disse que à coluna que as tratativas estão avançadas, mas destacou a necessidade de definir o estatuto e de os deputados aprovarem a medida.

Se a federação avançar, lideranças do União admitem que a chance da legenda desembarcar do governo Lula “cresce consideravelmente”. Hoje, o partido tem três pastas na Esplanada, sendo elas a das Comunicações, com Juscelino Filho, do Turismo, com Celso Sabino, e da Integração Nacional, Waldez Góes.

Como informou a colunista Vera Magalhães, Nogueira tem capitaneado um movimento para que o PP deixe o Ministério dos Esportes e promete exercer a mesma pressão sobre o União.

Em entrevista à coluna, na semana passada, o ministro Celso Sabino defendeu que o União permaneça no governo e até dispute o posto de vice de Lula na eleição de 2026. O ministro afirmou que esse “é o desejo de boa parte do partido”.

O presidente da legenda, Antonio Rueda, porém, dá sinais trocados. No Carnaval, ele fez uma visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ) e apareceu em fotos compartilhadas nas redes.

Ceticismo

Mesmo após o início da discussão interna do PP sobre um eventual desembarque do governo, parte da sigla ainda vê com ceticismo o movimento ser concretizado no curto prazo. Além do Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca (PP-MA), contribuem para a permanência da sigla indicações que rendem dividendos eleitorais, como a Caixa, considerada uma joia sob influência do Centrão, e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão responsável por tocar projetos hídricos no Nordeste. A saída da Esplanada tem sido defendida publicamente pelo presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.

No cenário atual, há preocupação de uma ala do PP com a possibilidade de perder o comando do banco estatal, cujo presidente, Carlos Antônio Vieira Fernandes, foi indicado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). A Caixa é responsável por gerenciar parte das transferências de recursos da União para os estados, municípios, Distrito Federal, além de ser patrocinador de eventos regionais.

Uma reunião marcada pela cúpula do partido na próxima semana deve definir os rumos que a sigla deverá seguir. Irá pesar ainda a possibilidade de o PP finalmente selar uma federação com o União Brasil, o que também pode ser definido na semana que vem. Ciro Nogueira tem conversa agendada com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, neste domingo. As informações são do jornal O Globo.

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