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| O filho do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, assumiu a faculdade do pai, cortou patrocínios e aproximou os alunos da direção

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Francisco, 32 anos, deixou um salário de R$ 30 mil como consultor do Senado para comandar o IDP. (Foto: Reprodução)

Em maio passado, o advogado Francisco Schertel Mendes, 32 anos, deixou para trás o salário de R$ 30 mil que ganhava como consultor concursado do Senado para assumir a direção do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), principal negócio do pai, ninguém menos o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

Sem posses e imóveis no seu nome, Francisco usou um empréstimo adquirido pelo próprio instituto no Bradesco para pagar R$ 12 milhões nas cotas do ex-sócio de Gilmar, o procurador da República Paulo Gonet, e se tornar dono do negócio.

Formado em direito pela UnB (Universidade de Brasília), com mestrado na mesma instituição e atualmente cursando o doutorado na Alemanha, o advogado assumiu a direção do IDP implementando mudanças como a transformação de secretarias físicas por virtuais, demissões, substituição de professores, cortes de bolsas de estudos e aumento de mensalidades em cerca de R$ 700 para 2018.

A principal transformação, porém, foi colocar fim aos polêmicos financiamentos externos para eventos da faculdade – um dos focos de críticas a Gilmar Mendes. Até 2016, recursos injetados por grandes empresas como Caixa Econômica Federal e JBS/Friboi, por exemplo, eram de grande relevância para o IDP e, principalmente, para a realização de eventos no exterior. Só a JBS/Friboi desembolsou R$ 2,1 milhões ao instituto entre 2015 e 2017.

Com a delação premiada dos donos do frigorífico, a ideia de acabar com os patrocínios foi colocada em prática e R$ 650 mil do dinheiro devolvido à empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Na mesma época, a então diretora do instituto que negociava os aportes, Dalide Corrêa, que também dava as cartas na faculdade até o advogado assumir as rédeas, desligou-se após o seu vínculo com os colaboradores virem a público.

Advogada, ela assessorou o ministro por mais de 20 anos. Tanto ela quanto Francisco negam que o afastamento tenha relação com o caso. O próprio Gilmar teve uma série de encontros com Joesley Batista, sendo o último deles em abril, no IDP. Mas, questionado, o ministro argumentou que votou contra os interesses da JBS/Friboi.

As transformações renderam críticas entre parte dos funcionários que apelidaram o novo chefe de “imperador”. Os alunos, porém, têm aprovado. Há sete meses, quando o advogado passou a se dedicar exclusivamente ao IDP, ele se reuniu com estudantes e estimulou a criação de um centro acadêmico e de uma atlética batizada de Pretória.

Para celebrar a ocasião, ele liberou uma cervejada no terceiro andar do prédio, apelidado pelos estudantes de “Olimpo”, por ser um espaço para professores e direção. “Todos os alunos tinham a sensação de que o IDP era muito frio, com cara de sala de espera de consultório médico. O lançamento da atlética ajudou a dar um ar de faculdade e o Francisco nos apoiou muito”, relatou Flávia Taiane de Jesus, organizadora dos eventos da Pretória.

Estilo

Em um sábado de novembro, Francisco calçou as chuteiras depois de dois anos sem pisar num campo de futebol e participou de um campeonato de alunos contra os professores. Depois do jogo, ele se juntou ao grupo para feijoada e chope. Informal, circula pela faculdade de jeans, camiseta polo e tênis e raramente é reconhecido na lanchonete.

As mudanças, segundo ele, visam transformar o instituto em “um centro de excelência em ensino e pesquisa na área das ciências sociais aplicadas”. Quando pensa no futuro, Francisco mira alto e planeja colocar a faculdade no nível das melhores instituições privadas nacionais, como o Insper, que cobra cerca de R$ 4,5 mil de mensalidade pelo curso de economia, carro-chefe da entidade.

Com o aumento, o curso de Direito (principal do IDP) deve ir para cerca de R$ 2,5 mil para os alunos que ingressarem em 2018. Segundo pessoas próximas, a atuação do advogado na faculdade faz parte de uma aproximação que vem acontecendo entre pai e filho. Recentemente, Gilmar chegou a citar os estudos do primogênito na Alemanha durante uma discussão num julgamento no STF.

Discreto, “Chico”, como é conhecido, sempre fala pouco da relação com o pai e evita entrar em debates das polêmicas envolvendo o ministro. Em nota, Gilmar se limitou a dizer que os dois filhos “tem carreiras profissionais e acadêmicas autônomas, a partir dos seus próprios esforços e inclinações, e por meio de aprovações em vestibulares e concursos públicos disputados”.

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