Sábado, 29 de junho de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
13°
Fair / Wind

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas O fim da reciclagem no Brasil

Compartilhe esta notícia:

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O que a Crise Econômica, a alta dos juros e a entrada de resinas pela Zona Franca podem afetar na Reciclagem?

A coleta de resíduos para reciclagem é hoje, além de renda para inúmeras famílias, uma solução para vários problemas ambientais, principalmente no que se refere a destinação correta de resíduos. Hoje, vemos nossos mares cheios de plástico, nossos rios com resíduos e nossas ruas com muita sujeira, provocando uma série de prejuízos ao meio ambiente e a população. Temos nesta situação esgotos entupidos e proliferação de doenças nas periferias, além do processo de emanação de CO2, provocando ainda mais o efeito estufa.

Muitos vezes, culpamos o plástico por este problema, mas, ele foi parar lá sozinho? O vilão não é o plástico, o plástico já faz parte da nossa vida, nos carros, nas nossas casas, nas escolas, nos hospitais. O problema aqui é maior e costumamos atacar a conseqüência e não a causa. As coletas seletivas, são pouco eficientes, a educação é fraca ou nenhuma para a questão ambiental, temos um problema histórico que foi o atraso na implantação de processos de reciclagem no país. Muitas vezes as pessoas me dizem, eu não separo porque eles misturam tudo dentro do caminhão. Nestes casos, eu respondo: Você já viu a velocidade que um gari precisa trabalhar? Você imagina que ele tenha tempo de analisar se o resíduo que está na sua lixeira é seco ou orgânico?

Então, costumamos dizer que o problema do lixo é da prefeitura, mas não analisamos que tudo aqui que puder, ser reutilizado, virar composto ou descartado de forma correta, gera economia ao município e pode ser utilizado de outras forma, como saúde e educação.

É muito fácil dizer que o problema é do plástico ou da prefeitura, quando que na verdade o problema está em nós. Claro que as prefeituras tem culpa também pois, em sua grande maioria, criam processos de coleta seletiva, para dizer que tem ou cumprir a Política Nacional de Resíduos sólidos. A maioria das prefeituras, não tem sequer coleta seletiva nos seus próprios prédios, quanto mais uma política de conscientização da população.

Mas o fim da Reciclagem? Na verdade o texto acima, poderia colaborar com a reciclagem no Brasil, mas os processos atuais caminham para o fim da reciclagem. Sem benefícios, a reciclagem trabalha do recolhimento e processamento de resíduos recicláveis.

Nos últimos meses, enfrentamos uma disputa com as grandes empresas de papelão, por conta da importação de papelão para reciclagem de outros países com isenção de impostos. Neste caso o preço de venda do papelão caiu quase 80 %, para venda nas fábricas de transformação. Este processo o governo corrigiu criando um imposto de importação para o produto.

Aí nos deparamos com o problema da crise econômica, as pessoas não estão comprando, no sul o inverno não veio e ninguém renovou seu guarda roupa. Tivemos um natal no ano passado muito abaixo do esperado, com uma Copa do Mundo fora de época, o que prejudicou ainda mais as vendas. Ora, se não há compra, não há reposição, não havendo reposição não há a necessidade de embalagem. Hoje vemos reciclagens carregadas de materiais se conseguir comercializar ou tendo que vender seus produtos a preços irrisórios, que não pagam nem o custo do processo.

Temos ainda os juros altos. E porque os juros? Segundo um número de abril, da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,5% das famílias Brasileiras estão endividadas e , neste caso, sem crédito, ou seja, sem possibilidade de consumo. Novamente afetando o comércio e por conseqüência os fabricantes de embalagens sejam eles de materiais virgens ou reciclados.

E, agora, na questão do Plástico, um outro Problema. A entrada de resinas Americanas, principalmente, pela Zona Franca de Manaus, sem impostos e gerando créditos de vlores que nem são recolhidos. E o que isto, tem com a reciclagem? Estas resinas que entram de forma irregular pela Zona Franca, já que não são industrializadas e sim só reembaladas, estão prejudicando diretamente a indústria Nacional do Plástico e as Reciclagens.

No caso das Reciclagens alguns plásticos quando industrializados, tem um custo muito próximo ou até acima desta resina que entra por Manaus. Ora, pensemos, se eu posso utilizar no processo de fabricação uma resina virgem a um preço extremamente baixo, porque eu usaria a resina proveniente de processo de reciclagem?

Hoje já temos alguns tipos de plástico, que não há destino, ninguém quer, pois ele deixou de ser economicamente viável no mercado. Desta forma, a entrada de resinas por Manaus, está afetando diretamente Catadores, Cooperativas e Recicladores, além de, não havendo quem recolha, nossa destinação que hoje já não é boa só piora.

Pregamos no País uma política verde, de logística Reversa, mas infelizmente, o que estamos vendo, é exatamente o contrário. Deus salve o nosso Planeta, porque nós, não estamos conseguindo.

 

João Batista
Presidente ACI-Montenegro/ Pareci Novo, Diretor da Montepel inteligência Ambiental, Diretor da Federasul, convidado especial Grupo Líderes.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

Desmatamento na Amazônia cresceu 51% em setembro
Governo x STF
https://www.osul.com.br/o-fim-da-reciclagem-no-brasil/ O fim da reciclagem no Brasil 2023-10-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar