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Tito Guarniere O fracasso dos partidos

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Os partidos políticos deixaram há muito tempo de cumprir o papel que lhes havia sido reservado na democracia. Pode-se dizer que não têm serventia, senão para o cumprimento de certos ritos eleitorais – não há candidaturas sem candidatos filiados a alguma sigla partidária.

Hoje em dia, no mundo e no Brasil, são caricaturas do que já foram e dos objetivos para os quais foram criados e se desenvolveram historicamente: eram para ser coletivos de indivíduos que tivessem uma identidade política comum, uma visão de sociedade e de mundo.

E assim se reuniam para propugnar junto ao maior número dos seus concidadãos, as suas crenças, os seus valores e princípios.

Para tanto debatiam entre si e redigiam o programa partidário, os estatutos onde se inscreviam aqueles valores e princípios, os quais obviamente deveriam pautar as ações concretas da organização, a base de toda a prática partidária.

O leitor que me seguiu até aqui, já entendeu onde quero chegar: os partidos perderam o fio, o prumo, se desenraizaram, estão completamente distantes das finalidades para os quais foram imaginados pelas boas intenções (e o otimismo) dos que os inventaram.

No Brasil a deformação daquele sentido histórico alcançou o ponto máximo: as siglas não representam nada , não estão associados a nenhum projeto ou valor virtuoso, são meros conglomerados dos interesses mais oportunistas, vulgares e mesquinhos do poder e/ou do dinheiro.

São cartórios para o registro de candidaturas. São feudos de políticos espertos que se perpetuam na cúpula. Um programa sem manhas e dissimulações, exporia em caixa alta que ele só existe para a próxima eleição ; que os seus membros devem se ocupar primordialmente de garantir os recursos para a (re)eleição – robustecer as bancadas para aumentar o valor da parcela no fundo partidário.

Mesmo o PT, que na origem seguiu à risca as melhores cartilhas – compromissos claros, atuação baseada em rígida conduta ética, democracia interna, etc –, ao invés de servir de exemplo para as demais siglas partidárias, sucumbiu nas práticas deletérias, nos vícios comuns dos demais partidos.

Outro exemplo extremo dessa realidade melancólica é o PSDB: no início uma claríssima opção de partido social-democrata, até no nome, como propósitos claros e nomes ilustres, com o tempo se deteriorou de tal forma que hoje, mais do que uma sigla decadente, é uma sigla em claro processo de extinção.

No universo de mais de 30 partidos que existem no Brasil, há casos raros como Partido Novo, alternativa de razoável qualidade à direita, mas que resvala na fragilidade e em certas inflexões já começam a desidratar o plano original, e adotar a conduta do modelo dominante.

O maior partido do Brasil é o PL. E quem sabe o que pensa e o que defende o partido, além de ser presidido desde sempre por um canastrão e de ser o partido que melhor encarna o “projeto” raso do bolsonarismo, seu discurso incivil, suas práticas regressivas?

O descalabro só poderia mudar através do Congresso Nacional, Mas porque mudaria, se o atual estado de coisas satisfaz plenamente aos interesses de baixa extração que predominam em Brasília?

(titoguarniere@terra.com.br)

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Um espetáculo de verdadeira brasilidade
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