Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Nos últimos anos, o número de estudantes brasileiros que foram para o exterior teve considerável aumento. Mesmo desconsiderando a proporção do crescimento inflacionado pelo programa social Ciência Sem Fronteiras, o total de pessoas que buscaram realizar sua graduação ou pós-graduação em outros países aumentou nesse período. É possível elencar diversos fatores que ocasionaram esse incremento: por exemplo, o crescimento das bolsas ofertadas diretamente pelas próprias universidades ou outros fatores externos. Porém, analisando o longo prazo, podemos estar sofrendo uma espécie de êxodo intelectual no Brasil. Há claramente uma diferença na qualidade de ensino entre as melhores universidades públicas que temos no país versus as melhores universidades do mundo (como as americanas e europeias) que justifica isso.
Com os demais países enxergando essa oportunidade de captação no mercado brasileiro, não há dúvida de que a grande maioria dos estudantes optaria por buscar uma carreira profissional longe de um país em crise, sem segurança e com futuro incerto como o nosso. Não bastando o desemprego em alta e a crise política que vivemos nas últimas décadas, esse êxodo também está sendo causado pela falta de qualidade no ensino, fazendo com que raramente universidades brasileiras se tornem benchmarks no mercado internacional.
Tal fato está diretamente relacionado com a falta de liberdade, e eficiência, desse mercado. Sendo assim, por que não optarmos por uma solução que, de forma eficiente e rápida, proporcione um grande diferencial nesse universo? Para tal, seria necessário desburocratizar e desregulamentar tal mercado, dando liberdade para todos escolherem suas escolas. Isso fará com que se tenha mais opções de ensino e permitirá que as melhores instituições se destaquem. A concorrência só trará benefícios para todos. Com essa mudança radical no sistema, todas as partes interessadas ganhariam: os professores, com maiores salários e mais vagas de emprego; os investidores em escolas, com o mercado mais aberto; e a população, com acesso a metodologias de ensino mais avançadas, de melhor qualidade e por um menor preço.
Para aqueles que não têm condições de investir em ensino privado, a verba que é atualmente mal destinada para a construção de um sistema público ineficiente como nosso pode ser facilmente convertida para criação de um sistema por vouchers, que daria um crédito para as famílias terem a oportunidade de escolher a escola que mais lhes agrada. Ao invés de estarem presos a um leque de opções, que normalmente se restringe a uma ou duas, quando muito, as famílias teriam a sonhada liberdade de escolha e acesso a um sistema educativo de qualidade. Sem contar que, com o mercado desburocratizado, mais escolas surgiriam em bairros mais afastados, já que isso pode ser rentável para os investidores.
Não há necessidade de detalharmos a obviedade que é a ineficiência do sistema público de educação no Brasil. Porém, devemos focar em buscar uma solução rápida para o estado deplorável em que ela se encontra. Isso precisa ser analisado, desenvolvido e resolvido com urgência! A educação tem papel fundamental e determinante para o futuro dos brasileiros. Não existe chance alguma de obtermos crescimento no longo prazo sem o devido cuidado com o principal insumo que o sustenta. O estado não pode continuar com o controle sobre algo que é tão determinante para o futuro do país.
Rodrigo Leke Paim, publicitário e associado do IEE.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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